Por George W de B Cavalcanti*
Rio de Janeiro/ RJ - Brasil, 5 de agosto de 2011.
Meu querido sobrinho, número um, saudações pato-lógicas.
A consulta que me fez via Internet, em sua recente mensagem em rede social, é da maior seriedade. O que, confesso, me pegou de surpresa e me deixou fulo da vida e, a gritar parlapatices socando o ar com o meus olhos bem arregalados. Mas, por alguns momentos apenas, como de costume.
Porque logo agora, quando estou passando férias (e, tendo uma folga de vocês) na Cidade Maravilhosa. E, enquanto me divirto aprendendo a dançar o samba, fico uma arara só de lembrar o sucesso internacional desses exibidos psitacídeos. Com seus bicos curvos (imagino sejam judeus também) e melhor pronúncia nesse sucesso de público e de crítica; Rio.
Mas, você sabe que eu só fico assim porque gosto das coisas bem certinhas para o nosso lado, e a Margarida não quis vir comigo quando disse que nos hospedaríamos em uma pousada que fica em uma favela pacificada daqui. Expliquei que, finalmente a hotelaria está subindo o morro onde, o ar puro e a vista linda tornam o local ideal para hotéis e resorts; mas ela bateu a pata irredutível. Justo quando o morro está ficando chique e gostoso.
Agora, essa estória de que o Mikey foi despejado e pediu para vir morar aqui, na casa do Zé Carioca, é mentira; acredite, é coisa do Tio Patinhas. Vocês já estão vendo a agitação que ele novamente está provocando nas Bolsas de Valores mundo afora. Como sempre comprando na baixa para vender na alta, e, a abarrotar ainda mais aquela velha e rachada caixa-forte. E, tome a se gabar naquele patinglês incompreensível dele; um saco.
Não ligue se daqui uns seis anos, no máximo, ele volte a tomar seus costumeiros e irritantes banhos de dólares a gozar com a nossa cara; é típico, não tem jeito. Em compensação, vocês terão mais tempo para aprender melhor o português brasileiro e poderão vir comigo assistir a Copa do Mundo ou, no máximo as Olimpíadas. Saibam que devem a estes eventos a instalação por aqui (demorou) das providenciais UPP, que mostraram ser uma grande aliança para o progresso.
Huguinho, todo mundo sabe o zelo que tenho por meus inteligentes e travessos sobrinhos. Portanto, não seria bobo de aconselhar vocês a se mudarem para cá, ainda; até porque continua a chover balas perdidas no entorno – mais ou menos como a nossa neve. Tem mais, não sei se eles por aqui vão aprender com o tio Patinhas; pão-duro, mas, rico. Que, é melhor ser investidor na Bolsa do que enriquecer rápido como auditor larápio em Receita Federal brasileira – a mídia local não perdoa.
O mais incrível é que, em que pese este Plano Real que consertou o casco e tornou navegável o barco econômico brasileiro, eles continuam a roubar a eles mesmos e a tentar fazer novos rombos em seu bote de pesca; vai que afunda de novo. O resultado é que, se vocês se derem mal com a feijoada eu não me arrisco a levar vocês a um posto de saúde daqui; e, os planos complementares são cheios de pegadinhas e pouco confiáveis, também.
No mais, me deem uma folga e me deixem curtir as patozudas daqui que são uma salada de frutas completa. Tem patozuda de todos os sabores e para todos os gostos: as de sabor melão, as melancias e, até as que querem se passar por morango. Tem também umas que ainda não estão maduras, bem verdinhas ainda na verdade e que são oferecidas tranquilamente. Mas, essas eu não curto como outros conterrâneos nossos, deixo para vocês, que são menores, as curtirem quando estiverem por aqui (elas são mesmo umas patofinhas).
Enfim, chega de pato, quero dizer, de papo. Até porque cheguei de Brasília ontem um tanto estressado porque está uma TPM patológica por lá. Tem umas patas no Planalto com tons vermelhos; à beira de um ataque de nervos. E, eu, de tanto tomar sol com a patota de Ipanema já estou mais bronzeado do que sino de igreja. Assim, seguindo o noticiário local, vou para a tal serra gaúcha de Santa Catarina; dizem que está caindo neve por lá. Quero nadar em vinho e chocolate, esquecer um pouco a Margarida e, afogar a minha dor-de-cotovelo por lá em umas plumas branquinhas.
Abraços e beijos espalhapatosos para todos, especialmente para os nossos e à família Disney. E, não esqueçam, acreditem e sigam firmes rapazes, digo, sobrinhos; yes, we can. And, asta la vista babies!
Do seu velho tio... Novinho em folha,
Olá chaver Guershon, como não comentar em seu blog neh? Simplesmente maravilhoso, tem mensagens para todos os gostos, de interessante à emocionante, realmente, parabéns pela sua dedicação, estou distante mas não esqueço você, um forte abraço..
ResponderExcluirRayna Junqueira
Olá chaverá; grato pela atenção e apoio. Rogo que, na medida do possível, divulgue o meu trabalho nesta página virtual. Quanto a este texto, é uma respota (figurada, em metáfora) a um sobrinho que mora nos EEUU; e, me consutou a respeito de vir morar aqui (provavelmente, por causa da "crise" no país do 'Tio Sam'. Então, 'peguei leve'; e, espero que ele tenha compreendido. Shalom alechem!
ResponderExcluirErrata: errei, onde se lê 'repota', leia-se resposta. Grato.
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