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terça-feira, 14 de abril de 2009

Raposa e Dragão na Serra do Sol

Por George W B Cavalcanti


O notável Mário de Andrade conseguiu, como poucos intelectuais e escritores desse país, sintetizar em sua obra a cultura nacional –; costumes e tradições. E, o fez emblematicamente no início do século passado com o seu personagem Macunaíma – “um herói sem nenhum caráter” na definição dada pelo autor -, do seu romance Modernista homônimo.

Acontece que, se lançarmos, sem paixões, o nosso olhar sobre a cena nacional, reconheceremos que, nesse “berço da liberdade e pátria da esperança” existe – programa 'Minha Casa, Minha Vida', incluso – uma intrigante continuidade. A saga de sobrevivência do meio social truculento e antropofágico exibe, como o fez com o emblemático personagem, um pragmatismo cínico e contraditório.

Embora sejamos desde sempre colonizados cultural e economicamente, as nossas autoridades e os nossos políticos em busca de visibilidade e votos, almoçam arroz com ovo e arrotam feijoada. E, exemplos disto não nos faltam, basta se falar em internacionalização da Amazônia. Ora, a semente dela foi oficialmente lançada com a criação de um país novo – demarcação contínua de terras, inclusa – com o nome provisório de Reserva Raposa Serra do Sol. Mas, reserva para quem? Sem plebiscito nacional é, no mínimo, uma piada de mau gosto.

É de praxe por aqui haver sentido de unidade durante um jogo de futebol da nossa “seleção canarinho” e depois das celebrações – ou ressacas – “não se estar nem aí... É cada um por si e o deus de cada um por todos. Mas, em termos de desamor a solo pátrio outros diferem de nós em muito. E, querem, por conveniência própria, negociar território de Eretz Israel e doar a uma gente que nunca foi reino e cujos ancestrais, há séculos, encontraram guarida no grande Reino de Judá.

Entendo que, nesse mundo em crise e contexto de final de tempos, nós israelitas da nova aliança não podemos nos deixar contaminar pelo pecado da indiferença que permeia a gentios e pagãos. E, que, em cada uma das nossas celebrações – até porque ressaca não faz parte dos nossos costumes- devamos estar atentos ao nosso entorno. No sentido de sermos sempre unidos e solícitos uns para com todos e cada um dos irmãos – chaverim e chaverot.

Concluindo, penso que nós membros da CINA, mesmo quando distantes geograficamente uns dos outros, nunca devem vir a nos sentir “um membro isolado”, e sim alvos de acolhida e do calor do santo afeto que há no amor do D-us ao qual servimos.

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