Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

sábado, 20 de junho de 2009

Esse negócio de blog é bom ou não?

Por George W B Cavalcanti


Muita gente ao menos inicia e logo encerra sua página pessoal com um - ou não - "post de despedida", por encontrar dificuldade não só na manutenção do blog como por causa da relação com os leitores do conteúdo que publica em seu espaço.

Já ví gente escrever assim sobre o assunto: "Blog é uma merda. Se você não escreve no blog, te mandam e-mails reclamando do abandono. Se está se sentindo mal e escreve no blog, te escrevem reclamando que você reclamou. Se você está feliz e escreve no blog, te acusam de só falar de si mesmo. Se você cansou de ficar reclamando e fica feliz publicamente porque causa muito furor e foi trabalhar, dizem que você está negligenciando seus importantíssimos leitores. Então você publica um trecho de seu novo livro no blog e ele vira um livro de blog. Se você escreveu uma crônica e publicou no blog, ela vira um texto de blog. Se você escreveu um conto ficcional, ele vira um fato cuspido e narrado em um blog. Depois ainda perguntam por que eu canso. Vou trabalhar porque a relação custo/benefício nesse negoz de blog tá boa não". (Clara Averbuck, escritora gaúcha, ao encerrar sua página/blog pessoal que tinha o título de Brasileira Preta, na internet).

Contudo, por nossas pesquisa e principalmente a partir da experiência pessoal, podemos encarar esse novo universo de realização intelectual interpessoal de uma maneira diferente -; aliás de várias outras maneiras. E, não só como um triste fatalismo, que aguarda tantos quantos fazem do blog uma ávida busca de aproximação com os leitores, sempre difícil de administrar. Sobretudo quando o tom da página é muito - ou demasiadamente - voltado para o relato pessoal.

Blogueiros há que se prendem prioritariamente às coisas que apenas o interessam, que ficam soltas no dia-a-dia dos mesmos: filhos, musica, leituras. E, quando colocadas no blog como forma de "dar baixa" em suas particulares impressões diárias, geralmente os levam à fissura quando não semtem votade de escrever. Como se houvesse a obrigação de atualizar seu diário informatizado -; e, dos internautas, de prestigiarem o comum trivial. Quando o mais importante é a dimensão de, ao publicar, se ter a sensação de não se estar perdendo ou ganhando nada por estar compartilhando e registrando cada momento , para depois, um dia, revendo, se lembrar e degustar emoções.

Então, sugerimos que o blog deva ser pensado sossegadamente por amobos o lados, por quem escreve e por quem vê/lê -; até porque, quase sempre na condição de ilustre desconhecido, se tem geralmente um retorno muito maior do que se o fizesse em um jornal impresso. Uma vez que, mais importante que que o retorno do leitor é oferecer o melhor conteúdo possível. E, não se torturar por causa deles - posts/conteúdo e leitor - quando, na verdade, os comentários dos leitores servem mais como desabafo e costumam, a depender do assunto, mobilizar lados opostos do tema em questão.

Percebemos que um blog para manter-se atrativo deve ter sempre informação nova criteriosamente escolhida e atenciosamente abordada e, lógico, se possível atualizado diariamente -; mesmo que coloque na ordem do dia velharias bem ou mal amadas. Porque todos que primam pela excelência do conteúdo tem sempre à disposição uma boa e variada "fauna" no sentido de que, mesmo começando como um singelo execício de escrita, vá colocando e transmitindo suas impressões sobre a vida -; até mesmo com um toque de humor sobre as situações mais sérias.

O importante é sentir e aproveitar todo potencial do blog pela liberdade incrível que oferece. Dessa forma as pessoas passam a comentar, a achar interessante, engraçado e a se divertir mesmo que a estória toda pareça um tanto estapafúdia aos olhos dos diletos visitantes. Principalmente se a página for alimentada com com fotos e vídeos atuais ou do "fundo do baú" que, revelam sua visão original da história e ajudam no conhecimento e aproximação entre pessoas interessantes.

Convém, portanto, não dar muita bola para as famosas crises de inspiração e tratar das coisas mesmo que em pequenos tópicos. Se tem uma idéia vá salvando, não importa se no papel do pão, numa caderneta de bolso ou num sofisticado notebook. Elas serão uma ótima saída e fonte de inspiração para manter o seu blog sempre atualizado -; mas, nesse âmbito convém respeitar opiniões. Até porque se para uns a pressão para manter um blog sempre atualizado representa o lado mais negativo de se ter uma página pessoal. Outros simplesmente o tem sem qualquer pretensão de regularidade -; postam quando querem, quando tem vontade e quando tem realmente algo a compartilhar.

Concluindo, arriscamos dizer que, o sentido de se manter um blog é mesmo para ocupar um espaço de liberdade, tendo na página pessoal a possibilidade de, ao seu modo, 'ampliar o mundo' -; alargar possibilidades investindo na leitura e na escrita. Podendo, ou não, criar espaços no blog ou fora dele para o debate aberto -; mas, certamente com outro desenho. E também que, quando assunto é blog, "vamos combinar", uma coisa é fanto: até mais do que os sites, os blogs viraram 'febre' na internet, sem contudo correrem o risco de se transformar em mais uma exótica pandemia.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

TI e transparência - ser ou não ser



Por George W B Cavalcanti


Diferentemente das outras criaturas nós humanos temos uma tremenda necessidade – às vezes compulsiva – por privacidade (E o Eterno D-us chamou o homem e lhe disse: “Onde estás?” – e ele respondeu: Ouvi Tua voz no jardim e tive medo, por estar nu, e me escondi. E disse: “Quem te disse que estás nu? Por acaso comeste da árvore da qual te ordenei não comer?” – Gênesis [Bereshit] 3: 9-11), por sigilo, por escondermos os resultados das nossas ações –; para tentarmos esconder a história que construímos.

Conseqüentemente estamos todos sabendo que – no que pese os avanços da Tecnologia de Informação (TI) e todos os recursos a ela agregados –, é pífio o que na prática se obtém dos sistemas de informação sobre o que fazem os governos quanto à macroeconomia e o emprego dos recursos fiscais. Tudo está muito está longe de apresentar com fidelidade e passo a passo o conjunto dos procedimentos e destinações dadas aos vultosos montantes arrecadados pelo extenso cardápio de impostos, mantido entre os mais caros do planeta. Neste termos e à luz de verdadeira TI, a nossa propalada transparência é uma falácia que se afirma enquanto utopia.

Estranhamente muita gente silencia sobre a base de dados, desde a arrecadação até a frustrada expectativa de seu idôneo emprego, reiteradas vezes prometido nos palanques eleitorais em nosso país. Mas, em geral o que dessa dinheirama toda arrecadada pelo governo se vislumbra é um frustrante embuste. Já a partir de desprestigiadas notas fiscais que - diferentemente do que ocorre nos países civilizados - por aquí não apresentam ao comprador o que ele está pagando em impostos - de forma destacada e clara - em percentuais e números absolutos. Assim, historicamente cultiva-se uma estranha sensação de coexistência pacífica com insondáveis subterrâneos trubutários, inteiramente avessos à claridade da transparência.

Evidentemente o que é mais escamoteado no âmbito do erário é a destinação, distribuição e emprego do dinheiro público que, com esse roteiro, continua a ser levianamente alvo de mordidas leoninas –; ao tempo em que, por meio de uma das mais pesadas cargas fiscais do mundo, nos é ceifada a maior parte da renda da população contribuinte. E, que apesar dos alardeados “portais de transparência” o que se observa é o continuísmo do sumiço de astronômicas somas, a escoarem fragorosamente pelo ralo da burocracia corrupta e escandalosa –; escabrosa e cotidiana ‘matéria-prima’ para nutrir a indústria do noticiário.

Realmente o que importa para uma efetiva aplicação da Tecnologia de Informação (TI), além do trato com os seus fatores básicos que são: a base de dados, o processamento e a comunicação é: a integração sincera, honesta e eficaz das fontes desses dados. Ou seja, que cada um dos Poderes da República – leia-se, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, nesta ordem – abra um para os outros os dados pertinentes referentes ao uso das verbas que lhes são destinadas.

Efetivamente o que importa é que haja entre os diversos setores do serviço público, a aplicação dos supramencionados aspectos essenciais de TI, de maneira constante e atualizada. De forma que aflore diante dos olhos do contribuinte fartos e precisos elementos necessário à avaliação. E que, o sejam completos o suficiente para o exercício do seu direito – e também dever – de fiscalização do que lhe garante a cidadania. Envolva lá isto o que envolver e mesmo contrariando a interesses menores –; de partidos políticos, de sindicatos, de corporações, de ‘lobbies’ setoriais, de confrarias e de grupos familiares.

Finalmente o que é constatado acontecer em prédio de órgão estatal é titular de setores próximos e que trabalham em salas contíguas, a sonegar dados e informações de interesse público ao colega que trabalha do outro lado da divisória. Como diria um ex-presidente da República-sociólogo: “Assim não pode, assim não dá” –; só que no tempo do governo dele não só podia como dava, e como. Ao que respondemos que o que urge é uma ampla e geral mudança de paradigma, que qualifique adequadamente a base de dados aqui focalizada – passando-a do eu para nós. Sem o que a vida do nosso cidadão continuará a ser um humilhante simulacro. Sem o benefício da maturidade ética da responsabilidade cívica e longe, muito longe, de portas e de portais que lhes ofereçam transparência naquilo que é seu, de fato e de direito.





Ente sm. 1. O que existe; coisa, objeto, ser. 2. Pessoa. 3. O que supomos existir (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira – dicionário)

domingo, 7 de junho de 2009

Exílio à Sururú de Capote - a ignorância é atrevida



Por George W. B. Cavalcanti


Se você também tiver apropriada sensibilidade com capacidade de leitura cultural e sociológica e, como eu, aqui passar o seu tempo tentando vivenciar a escala de valores que fundamentam os parâmetros a seguir. O atual truculento ambiente de assédio moral por discriminação passiva não o perdoará por cultivar as boas virtudes e a civilidade. E, inapelavelmente o punirá com o esquecimento e um insidioso velado exílio contextual, se você:

 (A Ignorância é Atrevida)

Por George W de B Cavalcanti*

Se você:
For honesto congênito convicto,
Contrário a interesses escusos,
Expor concepção progressista;
Não corrupto ativo e passivo,
For pobre, rico de dignidade.

Gostar de moradia simples,
Não aceitar o coronelismo,
Falar contra o nepotismo;
Resistir desempregado,
Continuar coerente.

Se dedicar a agir corretamente,
Alinhar, senso, palavra e ação,
Ter por prática a organização;
Sempre inspirar confiança,
Propor com toda clareza.

Cultivar a magnanimidade,
Amar e praticar a ética,
Ser adepto da reflexão;
Apreender a realidade,
Defender a natureza.

Contribuir para a boa estética,
Vivenciar a visão democrática,
Evitar fraternidade hermética;
Construir-se um ser solidário,
Afirmar a fé não-sincrética.

Interpretar o que ouvir ou ler,
Ser autêntico contra o crime,
Não comprar a consciência;
Questionar o desmando,
Levar a sério o Eterno.

Manter-se sempre discreto,
Ser um cidadão correto,
Fugir do modismo vão;
Não difamar a mulher,
Promover o intelecto.

Divulgar a solidariedade,
Respeitar o semelhante,
Valorizar a privacidade;
Revelar uma fraqueza,
Falar de necessidade.

Comentar sob emoção,
Valorizar a educação,
Se permitir comoção;
Ser amigo do saber,
Evitar ser ofensivo.

Esse contexto tem sempre como pano de fundo um viés de forte conservadorismo e reacionarismo em suas populações. Especialmente por parte de suas lideranças geralmente engemônicas -; inseguras que são pelo pouco esclarecimento e inépcia para o desenvolvimento e progresso coletivo. Pelo que entendemos oportuno as definir mediante o seguinte axioma: "A ignorância é atrevida porque não sabe o que sabe, não sabe o que não sabe, não sabe o que precisa saber, acha que sabe o que os outros sabem e não quer saber de quem realmente sabe".

Aliás, vale salientar que, tal conjuntura é típica de localidades que a socioligia mundial convencionou denominar de "os grotões", pela localização geográfica e classificação socio-econônica -; sempre com os mais baixos índices de desenvolvimento humano (IDH), como é o caso. Pelo que, nessa esdrúxula eventualidade, outra opção quase sempre não resta ao cidadão consciente em defesa da dignidade e cidadania senão, buscar por asilo político e socioeconômico -; o que 'poeticamente' tentamos aquí alcançar.

Atentai bem, porque inexoravelmente uma espécie de ‘desterro inamovível’ lhe será impingido se você se omitir em relção a política retrógada e espúria vigente. Se recusar-se a ser e/ou permanecer padronizado em aspecto, conteúdo, rótulo e marca, como os resignados cooptados cidadãos locais -; como um mero vasilhame de refrigerante.



terça-feira, 2 de junho de 2009

Reflexões de Um Corpo Caloso



Por George W B Cavalcanti


S
imilar interativo com nossa casa comum,
Generosa mãe azul, esse ser que nos acolhe,
E, que nos inclui hemisféricos desde a gênese,
Como frenéticos gametas no bom afã bioquímico;
Porque cúmplices limiares reprodutivos justapostos,
Numa calosidade recôndita no mistério do criacionismo,
Somos semente e fruto, seus inquiridores e testemunhas,
A despeito dos que tem tratado desrespeitosamente a vida.

Rogo, ao menos mentalmente pararmos por instante a cena,
Alucinada pelo ritmo vertiginoso sempre mais e mais acelerado,
Que assim resulta impedir descobrir o que nos une a nós mesmos;
Num mergulho interior importa canalizar o meio pelo qual pensamos,
A massa sobre si dobrada ao racionalizar todo seu espaço disponível,
Na caixa craniana sua blindagem óssea contra as agressões possíveis.

Objeto do tempo sujeito a evento e contratempos do imponderável,
Guarda nessa consistente interconexão nosso pleno dimensionamento,
Tanto que permite seja esta uma evidência sutil da importância do calo;
Existencial ponto explícito ou o implícito elo das complementares metades,
Do cérebro, dos sonhos, do pleno viver dos néscios, dos fúteis e dos sábios,
Certamente que, mais significativo enquanto efeito de rude abrasão no viver.

Ressaltado é pela reação de tantos que pela verdade se sentem incomodados,
Nos calcanhares, nas mãos, nas cordas vocais, vocação do profeta é um calo,
Um ser cuja atemporal mensagem avessa a presunção é qual pedra no sapato,
Até porque o consistente intelecto enfeixa no corpo luz que flui do intimorato;
Consistente e insistente avalia o pertinente que aqui se não revelo desbravo,
O ser e o não ser, as maneiras de viver as chances do porvir mais sensato,
Que admoesta o ego que reduz ética e razão à mera condição de trapos.

Na cobrança do escrito ou do pregado pela voz com o martelo da fala,
Por ter firme suporte no aporte e somatório das plenas capacidades,
Assim é calejado pelos golpes dos cínicos e do desamor refratário,
Pela estupidez negligente da falácia na farsa do frívolo e fútil;
Pela areia contra a pele e pelo assédio dos falsos discursos,
Os quais tola e fatalmente desconstroem a sí no decurso,
Porque invariavelmente destrói a acalentada esperança,
Ao negar ternura e ao afugentar o futuro da criança.

Mas o que derrama poesia do olhar em cada gesto,
Sua condição a um só tempo inocente e forte,
É o que assim inspira escrever o verso,
Imaginativo modo de fazer pensar,
E de perenizar o seu dizer;
Até mesmo incomodar,
Por também ser,
Corpo caloso.

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