Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

domingo, 27 de novembro de 2011

Brilho gotejante



Por George W de B Cavalcanti*


Como é triste tal anonimato;
ah meu Deus, como é chato!
Não ficar em cima do muro,
mas, buscar clarear com luz,
e, ainda assim, fica no escuro.

Tal qual a grama do vizinho
tratada com um seco pasto.
Andorinha deixada de lado
só para não fazer um verão.
Por ser qual a prata da casa
ver o seu ouro ser soterrado,
ignorado qual desconhecido;
até por quem mora ao lado.

O turbilhão de verso e de rima
a achar eco além do horizonte,
quando há percurso assoreado;
por um primário senso comum
que paga a tal bem com o mal;
se o sucesso é assim chegado.

Um diamante líquido é incerto
se por ofensa pessoal tomado;
em colocar a luz em seu verso.
E, trazer com rima o ritmo novo
que muda as nuances do povo
e faz romper o capim do brejo;
nesse gotejar pelo sol banhado.






quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vou-me embora pra Brasília – com licença Bandeira


Por George W de B Cavalcanti*


Vou-me embora pra Brasília
Lá eu vou ter voz e vez
Lá tenho o lobby que quero
Com a turma que formei

Vou-me embora pra Brasília
Vou-me embora pra Brasília
Aqui me chamam de infeliz
Lá há salamaleques e mesuras
De tamoios inconsequentes
Que Joana a mãe da barganha
De um xodó grandiloquente
Vem a ser representante
Da hora de quem lá vive

E tome notícia bombástica
Que darei à massa quieta
Consultarei meu alfarrábio
Meterei o pau sem medo
Entornarei pinga com caviar!
E andando bem estribado
Deixo a lancha lá no lago
Mamo e lavo toda a mágoa
Para apagar da memória
Que no vento vai de fininho
Rota que não se vai achar
Vou-me embora pra Brasília

Em Brasília não me iludo
É usar a carnavalização
Trem bom em cima do muro
De impelir contravenção
Sem efeito eletrostático
Tem debiloide invocado
Tem corruptas infinitas
Para a mesa do jantar

E o contrabando lá não existe
Nem o clone mais perfeito
Quando afoito eu estiver
No estrangeiro vou passear
– Lá sou bacana, quase rei –
Torrarei caixa dois sem remédio
Tanta grana que nem sei
Vou-me embora pra Brasília

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Recomeços (a minha filha, gestante)



Por George W de B Cavalcati*


Querida, o amor é compromisso
e os filhos são um só sentimento
de responsabilidade permanente;
e, um vínculo próprio e inalienável,
sem idade, sem prazo de validade;
a continuidade é eterno recomeço.

Filhos não são produto perecível,
não para o coração dos seus pais,
que mantém viva a grande chama
de sentimento assim sempre terno,
desde a pequena morte no clímax;
no prazer da vida em ressurreição.

Por escopo nem motivo qualquer
não se transfere vísceras próprias
ou renega assim a qualquer tempo
de si mesmo perna, braço ou mão
gerados no milagre da concepção,
adicionados ao seu próprio tronco.

E filha é palavra ainda mais bonita,
é candura e a emoção indescritível,
semente, solo, flor para novo fruto
que matura em apropriada estação;
é pérola única de acetinado brilho,
no mar amniótico de sua gestação.

Me vejo em ti, no teu modo de ser
nas tantas coisas que de mim tu és
a caminhar por senda tão parecida,
que a verdade fiel a faz reconhecer;
tempo comum da benção merecida
em que serás a minha cabeça e pés.

Geração e vida em tuas entranhas,
faz do viver um nunca mais desistir
do poema vivo sempre mais bonito
vivido para ser, madura, minha mãe,
quando eu já não mais me pertencer;
ter teu cuidar e viver rumo ao infinito.




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