Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

'Avacanação', mal desnecessário


Por George W de B Cavalcanti*


Temos a nossa mente permeada pela história e pela sociologia, e um olho no presente e outro no futuro. Portanto, entendemos o grande conterrâneo Gilberto Freyre quando diz que, "continuamos com complexo de escravo porque deixamos a responsabilidade, o compromisso e a pontualidade por conta do patrão" (entenda-se o senhor e dono de escravo). Certamente como um implícito alerta para aperfeiçoamento de conduta e explícita sugestão de autocritica, para o bem de todo o povo brasileiro.

Mas, lá se vão quase um século desde o enunciado sociológico do grande mestre pernambucano e pouco ou nada mudou em se tratando do que arriscamos chamar de: nossos cacoetes (tiques nervosos) culturais. E, o que é pior, são retrocessos recorrentes e renitentes a atrazar a nossa marcha no rumo do progresso; porque não expurgados dos nossos costumes e tradições.

Esses tais cacoetes culturais, entre os quais a 'malandragem' e 'jeitinho brasileiro', continuam a ser romantizados por intelectualóides bobos e 'ideólogos de botequim' - que infestam a o que, também, chamamos de 'ala do esquerdismo profissional'; a desfilar alegorias ufanistas, conchavos polítiqueiros e 'cabides de emprego'.

Sim, porque essa turma em sua grande maioria venceu pelo cansaço e não pelo preparo e experiência administrativa. Visto que, fizeram da militância e ativismo político e sindical a sua profissão ao longo dos anos da história recente deste país. E, em sua maioria, não empreenderam e nem empresariaram a nada que, desse um emprego sequer a um pai ou mãe de família.

Não adquiriram preparo no universo do empreendedorismo, das relações comerciais e mercadológicas; nem administrando 'carrinho de pipocas'. Contudo, aprenderam e muito bem a 'ganhar no grito', a 'botar queixão' e, especialmente a basofiar: ..."Nunca antes na história deste país"... Enquanto a corrupção ampla e geral se multiplicava.

Chegaram os novos tempos: internet, globalização, queda do comunismo soviético, democratização massiva e a "capitalismização" dos chineses continentais. E, enfim, 'a hora da onça beber água' no "rio que passou em minha vida"... De conferir se, realmente, houve alguma inovação ou ganho na gestão da coisa pública brasileira.

Conferindo percebemos que, essa turma que está aí já há mais de oito anos no poder - associando a nossa diplomacia aos mais hediondos regimes ditatoriais de todos os matizes -; como se diz por aqui e 'nordestinamente': parece que "botaram a rodilha na cabeça sem poder carregar o pote". Vide, projetos nebulosos e opacidade nas ações.

Resultou que, não obstante o favor do Plano Real herdado do projeto neo-liberal e o bafejar da sorte no contexto econômico internacional de então, os pífios resultados gerenciais públicos persistem. Notadamente os indicadores sociais negativos - para um país que pleiteia um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - e o colapso da infraestrutura e da logística pública.

Parecem que "ouviam o galo cantar mas não sabiam onde'... As demandas estão aí, emolduradas por uma 'Copa do Mundo' em 2014 e 'Olimpíadas' em 2016; e, a situação é notoriamente aflitiva no atendimento das respectivas expectitativas. Assim, acontece que a ficha - fundida e difundida no primeiro mundo - enfim começa a cair para nós brasileiros.

Esclarecendo a epígrafe: "avacanação" é a junção de nação com 'avacalhação'. E, "são tantas emoções" e quinquilharias eletrônicas fabricadas na China - e oito milhões de crianças brasileiras abandonadas. Enquanto outras tantas, recém nascidas, são largadas em calçada, córrego, caçamba de lixo e sanitário de hospital.

Enfim, em nosso humilde ponto de vista todo mal é desnecessário e não há necessidade que o bem imprescindível não resolva.

Com a palavra a dita "nova classe média"... Se é que a tal realmente existe; ou, consegue ser propositiva.



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tiros na Tasso da Silveira - chamem o Michael Moore!



Por George W de B Cavalcanti*


Nos bons tempos nos quais o intelecto ainda tinha valor e vez na MPB, um consagrado músico baiano perguntou em uma das suas composições ‘válidas, lúcidas e inseridas no contexto’: “Até quando a América católica (NE. Não mais tão católica assim) precisará de ridículos tiranos?” É, foi-se a direita e chegaram os de rubro matiz de esquerdismo profissional. Mas, com ganas notórias de perpetuidade no poder, pela via do aparelhamento da máquina pública e da partidarização do Estado; numa flagrante tentativa aloprada de, digamos, ‘chinarizar’ o Brasil.

No fundo é menos uma questão ideológica e mais uma questão cultural – democracia dá muito mais trabalho... “Muda o rótulo, mas, a cachaça é a mesma”, como, ainda, diz por aqui o campesino desempregado e cliente do ‘bolsa-voto’ federal. O mesmo povo que, alienado e confuso foi enganado pela propaganda dúbia e mistificadora do referendo das armas de fogo e munições. O qual, resultou no favorecimento do derrame e da disseminação das mesmas em nosso país. Vitimando primeiro os nossos jovens, e, agora, as nossas crianças.

(Vide o nosso alerta há dias colocado em nosso blog REDE PROBO, na base da coluna da esquerda daquela nossa página virtual, sob o título ‘HomicidiÔmetro – Alagoas tem’, e, o qual, transcrevemos a seguir.)
O referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, ocorrido no Brasil a 23 de outubro de 2005, não permitiu que o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826 de 23 de dezembro de 2003) entrasse em vigor. Tal artigo apresentava a seguinte redação: "art. 35 - É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei". Esta é a raiz do 'homicídio geral da (danação) nação', que ora (e reza) vivemos. A grande imprensa 'rabo-preso' não comenta esta raiz do problema, mas, o jornal eletrônico Alagoas 24 Horas (à direita no alto da página) apresenta em tempo real. - E, o 'Estatuto do Desarmamento'? - Ora, (e 'reza-forte'), é uma grande piada!
Não precisa ser gênio, mas, apenas um verdadeiro patriota: cidadão responsável, solidário e razoavelmente esclarecido; para perceber que, o colapso da segurança pública nessas circunstâncias em nosso país seria apenas questão de tempo. Para que, essa sanguinária e sanguinolenta escalada do comércio de armas-de-fogo e munições, no Brasil, alcançasse o perfil desejado pelos acionistas que dela se locupletam.

Aí estão as trágicas estatísticas dos homicídios e crimes de todo tipo por arma-de-fogo que lastimavelmente lastreiam com números absolutos e percentuais a este nosso indignado desabafo e protesto. E, o fazemos nesta singela janela virtual generosamente frequentada nesse mar de sítios; nem tanto pela quantidade, mas, certamente pela qualidade dos nossos seguidores e visitantes. Agora, nós todos, estarrecidos e consternados com a chacina de estudantes na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo no Rio de Janeiro.

E, aqui cabem as perguntas: Por que os povos latino-americanos, em particular o nosso país, teimam em apenas assimilar dos povos do norte – em geral mais desenvolvidos tecnológica, científica e financeiramente – apenas os seus modismo consumistas e alienadores e não as suas boas e aprovadas soluções? E, por que não investimos o pertinentemente na educação do nosso povo nas tecnologias; mas, na filosofia e na sociologia, também?

Refiro-me, lógico, não ao – mau – exemplo armamentista dos EUA, mas, de países como o Canadá que, apesar de também ter uma grande quantidade de armas de fogo é, no entanto, uma sociedade muito menos violenta -; e, à solução adotada pela Escócia, inclusa. Não esquecendo outros países com um passado tingido de sangue, como Alemanha ou Japão, mas, que têm uma taxa de homicídios per capita inferior a do Brasil.

Sim, porque nos quesitos: eficácia, eficiência e perícia no cumprimento da Lei e na defesa da cidadania; ficamos sempre tentando ‘reinventar a roda’ à moda da casa. Isto com um histórico interminável de inépcias e de renitente falta de senso de cidadania e de patriotismo inteligente. Porque patriotismo inteligente não é ficar a xingar, alfinetar e, a fazer ‘caretas-diplomáticas’ para os hegemônicos e mais fortes.

Ao nosso entendimento, patriotismo é tratarmos de nos colocar – por meio de providências e resultados – alinhados com os povos líderes; que se afirmam como tais no concerto das nações por suas aptidões, competências, habilidades e técnicas políticas. Mas, sobretudo por sua notável e notória seriedade no trato doméstico e na gestão da coisa pública.

Nesse transe, enquanto cidadão-pedagogo e redator nos cabe registrar este nosso humilde arrazoado. Vez que, sob o impacto da tragédia foge a inspiração; e, se nos impõe focalizamos o torvelinho de crimes por arma-de-fogo que nos solapa. Pela insegurança, pânico, neuroses, perdas materiais e de preciosas vidas; com o que cobre de tristeza e luto a pacífica e ordeira família trabalhadora brasileira.

Vale dizer à chamada grande imprensa que, já salta aos olhos da maioria da população esclarecida e reflexiva deste país, a tibieza e supeficialidade com que trata toda essa traumática e vitimizadora escalada. Notadamente quanto às raízes armamentistas dessa aguda e urgente problemática nacional.

Concluimos com a perguanta que consideramos a mais candente: Chamar a quem para nos acudir nesse pandemônio armamentista doméstico? A Presidente (/ a)? Ao sindico? Não, sugiro: Chamemos o Michael Moore! Até porque, ao que nos parece, não temos um ‘peso-pesado’, equivalente em contundência contra as armas-de-fogo, na mídia tupiniquim.

Enfim, além dos nossos emblemáticos filmes ‘Tropa de Elite 1 e 2’, provavelmente teríamos também um ‘Tiros na Tasso da Silveira’ (Bowling for Tasso da Silveira); a repercutir mundo afora esse ‘faroeste' à brasileira. O qual, não encheria os nossos bolsos; mas, os de outros - seguramente.


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