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domingo, 25 de outubro de 2009
O Incidental Vicioso
Por George W B Cavalcanti*
I
Futuro instável é o homem sem conhecimento,
Ao hipocritamente insistir em se chamar humano;
Mas, desmoraliza o animal em sua condição básica,
E, ridiculariza sonhos envoltos em rendas e brocados;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
II
Alienada reincidência, teimosa, viciada e contumaz,
Tanto fez como tanto faz em seu pragmatismo amoral;
Se, com uma mão dá a parte, no todo em tudo se subtrai,
E, sua história idiota estreita, torta e sanguinária suporta;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
III
Criativo no varejo e no atacado vai se tornando inviável,
Presunçoso que envergonha seu gênero em número e grau;
Se faz coletividade para se tornar feroz ou ainda mais mortal,
E, tudo é motivo para guerra em sua sanha de escravizar irmão;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
IV
Espoliador do mais fraco em sua incontrolável compulsão,
Rapina e rapta, se reproduz e replica a Caim enquanto assalta;
Se, é lobo da estepe, friamente se coloca como um franco-atirador,
Sempre malícia, travestida de milícia a retesar arco e afundar barco;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
V
Estreita faixa tem a ordem no primitivismo de seu congresso,
Fictício paleolítico progresso e real pitecantropo ereto retrocesso;
Enquanto cheira mal o delírio por 'gulag' caudilhista latino-americano,
Generosidade fictícia e a sempiterna degenerada utopia apodrecida;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
VI
Insana é a teimosia em guardar a justiça em vasilhames,
Enquanto a injustiça cuida de revigorar moribundos horrores;
Glória banhada de sangue da maioria pobre ou minoria diferente,
Que apenas o homeopático talento não cura, entre promessas e juras;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e cônica ignorância, de nós, humanos.
VII
Regimes, crises e crimes, de repetição viraram mera indústria,
A riqueza feita com tráfico de escravos virou escrava do trafico;
Porem a cegueira da vaidade revela ser sempre o seu pior narcótico,
Bomba atômica líquida e incerta e, letal 'pedra no sapato' de gigantes;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
VIII
A insensatez despudorada e crua, nua se exibe, brilha e fascina,
E, faz entrar sorrateira pelas frestas as pesadas névoas das trevas;
Que esconde a inflados egos que sempre se sobrepõem às doutrinas,
E, a corrupção endêmica a prostituir as democracias, em cada esquina;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
IX
E, ancestral é a sentença à pesada a pena aplicada a ignorância,
Que por desconhecimento gasta a própria vida a repetir a história;
Recorrente amnésia que nos faz animais que abdicam da existência,
Do aroma do saber, do gosto do realizar e do prazer do eterno construir;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
X
Civilizações e seus gemidos são sombras projetadas no interior das cavernas,
Senão falha a memória, são: Faraó, Inquisição, Cortez, holocausto e Búfalo Bill;
Mesopotâmia, Hitler, Hiroshima, Saddam, Pinochet, Calígula e, escravidão no Brasil,
E, rastro homérico de sangue de Stalin a Pol Pot e, do Ahmadinejad a ameaça já partiu;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e cônica ignorância, de nós, humanos.
XI
Apartheid e os tzares sufocaram o grito da Etiópia no quilombo dos palmares,
Maias, Incas e Astecas e, a ‘companheirada’ toda a viajar com 'dólares na cueca';
Floresta, madeireiro, motosserra e, o comendador da zona por celular sangra a mata,
Sem ética, moral ou peso na consciência e, a conversa mole e chula continua toda igual;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
XII
Vai polícia morro acima e chumbo quente morro abaixo, no 'pressal' e no vinagre,
Mas, o ‘teflon’ cobre a panelas e políticos, bordunada na imprensa e filas do sacrifício;
Na pátria do bom selvagem informatizado, saudades do homem cordial de antigamente,
O paradigma na memória me faz teclar ‘enter’ e, que a história resgate o futuro dessa gente;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.
*Guershon Ben Levi (nome hebraico recebido em Tevilah na CINA conforme a tradição)
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