Por George W B Cavalcanti*
Veja que poética esta declaração:
“Seja forte, minha companheira... para que possa ficar inabalada quando eu cair; para que eu possa saber que os estilhaçados fragmentos de minha canção tem em você melodia mais bela; para que eu possa dizer ao meu coração que você começa onde eu, ao morrer, acabo, e passa a compreender mais”.
O caro leitor já deve estar pensando que a citação acima seria uma antecipação ou um vazamento do rascunho do discurso, em primeiro de janeiro, do “cara” passando a faixa para a “coroa”.
Ledo engano. Trata-se da dedicatória do filósofo e escritor norte-americano Will Durant à sua mulher na segunda edição americana de seu livro História da Filosofia. Obra traduzida para uma dezena de idiomas, inclusive em português. E, editada no Brasil em 1996 pela Nova Cultural de São Paulo – SP.
Evidentemente que, não é e nem nunca será de autoria do sabido cidadão iletrado que ascendeu à governança máxima do nosso país. E, o fez graças principalmente à inépcia, quanto ao óbvio, dos mais letrados. Ao não atendimento ao óbvio uLULAnte imperativo econômico da distribuição de renda. Não o suficiente, do fortalecimento do mercado interno e geração de renda; exatamente nesta ordem.
Então, como explicar que, um cidadão que em oito anos de mandato presidencial nunca foi flagrado absorto na leitura de um livro ou operando um computador pessoal permaneça “o cara”? E, continue a ‘levar no bico e no gogó’ todo mundo, ao ponto de politico-eleitoralmente ‘dar de chapéu’ nos letrados emplumados; inclusive nos sociólogos de plantão?
Ocorre-me arriscar uma explicação, um tanto momesca, reconheço, mas, nada fantasiosa. No sentido de que esse surrealismo político todo acontece porque esta nação está, ainda, mais para sambódromo do que para república. Porque, as nossas agremiações partidárias evoluem nas avenidas da nossa democracia, deslumbradas, como a desfilar em um carnaval político.
Tanto isto é verdade que, o cortejador-mor de ditadores sanguinários e negadores do holocausto, “em nome dos negócios” – lembra Il Capo, capiche? -, parece inarredável das alegorias clientelistas e da popularidade. E, da massiva audiência às suas carnavalizações dos tais ovos de ouro: o etanol, o biodiesel e o pressal; todos ainda na cloaca da galinha.
O samba-enredo é, evidentemente, um ‘Samba do Povo Tolo’, repleto de toscas metáforas e cínicos sofismas. Destes, o que ora está “bombando” desde o barracão que instalaram no quarto andar do Palácio da Alvorada tem a, digamos, ‘rubrica mercadológica de 6%' e o nome de fantasia de “Taxa de Sucesso”. Caracas, esse pessoal sabe se reciclar. E, como sabe!
“Entretantemente”, como diria o memorável Odorico Paraguassú. Essa tal "Taxa" não passaria de mais um “eufemismo trambiquista do bolcheviquismo caboclo profissionalista”. Ou seja, seria mesmo a velha extorsão, tão mafiosa quanto "revolucionária" e igualmente edionda. E, quem puxa esse samba? Ora, - e reza -, nós brasileiros!...
(*)Vide 'Visualizar meu perfil completo', na coluna da direita deste blog.