Por George W de B Cavalcanti*
Nos bons tempos nos quais o intelecto ainda tinha valor e vez na MPB, um consagrado músico baiano perguntou em uma das suas composições ‘válidas, lúcidas e inseridas no contexto’: “Até quando a América católica (NE. Não mais tão católica assim) precisará de ridículos tiranos?” É, foi-se a direita e chegaram os de rubro matiz de esquerdismo profissional. Mas, com ganas notórias de perpetuidade no poder, pela via do aparelhamento da máquina pública e da partidarização do Estado; numa flagrante tentativa aloprada de, digamos, ‘chinarizar’ o Brasil.
No fundo é menos uma questão ideológica e mais uma questão cultural – democracia dá muito mais trabalho... “Muda o rótulo, mas, a cachaça é a mesma”, como, ainda, diz por aqui o campesino desempregado e cliente do ‘bolsa-voto’ federal. O mesmo povo que, alienado e confuso foi enganado pela propaganda dúbia e mistificadora do referendo das armas de fogo e munições. O qual, resultou no favorecimento do derrame e da disseminação das mesmas em nosso país. Vitimando primeiro os nossos jovens, e, agora, as nossas crianças.
(Vide o nosso alerta há dias colocado em nosso blog REDE PROBO, na base da coluna da esquerda daquela nossa página virtual, sob o título ‘HomicidiÔmetro – Alagoas tem’, e, o qual, transcrevemos a seguir.)
O referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições, ocorrido no Brasil a 23 de outubro de 2005, não permitiu que o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826 de 23 de dezembro de 2003) entrasse em vigor. Tal artigo apresentava a seguinte redação: "art. 35 - É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei". Esta é a raiz do 'homicídio geral da (danação) nação', que ora (e reza) vivemos. A grande imprensa 'rabo-preso' não comenta esta raiz do problema, mas, o jornal eletrônico Alagoas 24 Horas (à direita no alto da página) apresenta em tempo real. - E, o 'Estatuto do Desarmamento'? - Ora, (e 'reza-forte'), é uma grande piada!Não precisa ser gênio, mas, apenas um verdadeiro patriota: cidadão responsável, solidário e razoavelmente esclarecido; para perceber que, o colapso da segurança pública nessas circunstâncias em nosso país seria apenas questão de tempo. Para que, essa sanguinária e sanguinolenta escalada do comércio de armas-de-fogo e munições, no Brasil, alcançasse o perfil desejado pelos acionistas que dela se locupletam.
Aí estão as trágicas estatísticas dos homicídios e crimes de todo tipo por arma-de-fogo que lastimavelmente lastreiam com números absolutos e percentuais a este nosso indignado desabafo e protesto. E, o fazemos nesta singela janela virtual generosamente frequentada nesse mar de sítios; nem tanto pela quantidade, mas, certamente pela qualidade dos nossos seguidores e visitantes. Agora, nós todos, estarrecidos e consternados com a chacina de estudantes na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo no Rio de Janeiro.
E, aqui cabem as perguntas: Por que os povos latino-americanos, em particular o nosso país, teimam em apenas assimilar dos povos do norte – em geral mais desenvolvidos tecnológica, científica e financeiramente – apenas os seus modismo consumistas e alienadores e não as suas boas e aprovadas soluções? E, por que não investimos o pertinentemente na educação do nosso povo nas tecnologias; mas, na filosofia e na sociologia, também?
Refiro-me, lógico, não ao – mau – exemplo armamentista dos EUA, mas, de países como o Canadá que, apesar de também ter uma grande quantidade de armas de fogo é, no entanto, uma sociedade muito menos violenta -; e, à solução adotada pela Escócia, inclusa. Não esquecendo outros países com um passado tingido de sangue, como Alemanha ou Japão, mas, que têm uma taxa de homicídios per capita inferior a do Brasil.
Sim, porque nos quesitos: eficácia, eficiência e perícia no cumprimento da Lei e na defesa da cidadania; ficamos sempre tentando ‘reinventar a roda’ à moda da casa. Isto com um histórico interminável de inépcias e de renitente falta de senso de cidadania e de patriotismo inteligente. Porque patriotismo inteligente não é ficar a xingar, alfinetar e, a fazer ‘caretas-diplomáticas’ para os hegemônicos e mais fortes.
Ao nosso entendimento, patriotismo é tratarmos de nos colocar – por meio de providências e resultados – alinhados com os povos líderes; que se afirmam como tais no concerto das nações por suas aptidões, competências, habilidades e técnicas políticas. Mas, sobretudo por sua notável e notória seriedade no trato doméstico e na gestão da coisa pública.
Nesse transe, enquanto cidadão-pedagogo e redator nos cabe registrar este nosso humilde arrazoado. Vez que, sob o impacto da tragédia foge a inspiração; e, se nos impõe focalizamos o torvelinho de crimes por arma-de-fogo que nos solapa. Pela insegurança, pânico, neuroses, perdas materiais e de preciosas vidas; com o que cobre de tristeza e luto a pacífica e ordeira família trabalhadora brasileira.
Vale dizer à chamada grande imprensa que, já salta aos olhos da maioria da população esclarecida e reflexiva deste país, a tibieza e supeficialidade com que trata toda essa traumática e vitimizadora escalada. Notadamente quanto às raízes armamentistas dessa aguda e urgente problemática nacional.
Concluimos com a perguanta que consideramos a mais candente: Chamar a quem para nos acudir nesse pandemônio armamentista doméstico? A Presidente (/ a)? Ao sindico? Não, sugiro: Chamemos o Michael Moore! Até porque, ao que nos parece, não temos um ‘peso-pesado’, equivalente em contundência contra as armas-de-fogo, na mídia tupiniquim.
Enfim, além dos nossos emblemáticos filmes ‘Tropa de Elite 1 e 2’, provavelmente teríamos também um ‘Tiros na Tasso da Silveira’ (Bowling for Tasso da Silveira); a repercutir mundo afora esse ‘faroeste' à brasileira. O qual, não encheria os nossos bolsos; mas, os de outros - seguramente.
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