Saudação

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Nem Tudo na Rede É Peixe

Por George W B Cavalcanti


Fundir chip e bits em tanta intelectual preguiça,
Parece não recuperar tal curta memória coletiva,
Porquanto gente que por ignorância não repensa,
Porque acredita que se muito o pensa enfim surta;
Quando surto é inerente ao pensar inconsequente.

Tanto no ter que contenta o viver fisiologicamente,
Quanto ao partícipe de uma dimensão em mudança,
Ciente da unicidade que é consumir e ser consumido;
O genético ou o imponderável pode levar à demência.

Aí percebo a humanidade debater-se em pleno sono,
Qual turba sonâmbula a vagar de engano em engano,
Sem despertar do que mais parece um torpor profundo,
Alheia a esperança de vida seja neste ou noutro mundo.

Então não me censures de tal maneira fria e inclemente,
Quando não te questionas porque permaneces no umbral,
Jamais moves a tua mente em busca de receberes mais luz;
Caminhar para descobrir a paisagem vista desse outro ponto.

Vem, se o quiseres saber eu te ensinarei a achar esse caminho,
Flores, espinhos e pedras também, mas tudo a te servir de piso,
Para que te chegue a essa rara janela de onde eu vejo o mundo,
Tornado caótico e árido pelo abandono imaturo ao primeiro amor;
Aquele, eterno e espontâneo que é comunhão com o seu rebento.

Assim, não reclames do vazio na festa e da aridez que há na rotina,
Quando tens nos teus olhos cobertas e recusas que te tire a venda;
Imagens se confundem com miragens nesse teu deserto de ausência.

Recolhes fragmentos de um coração partido que não se emenda,
Em reflexos de um quebrado espelho com imagens da consciência,
Porque a ignorância em vão labuta na seara da pureza de intenção,
Perdida no vazio que há na tua pouca leitura de textos e de mundo;
Tornando a empatia semimorta a ressuscitar tantas emoções falidas.

Tantos são os injustos julgamentos e sentenças proferidas e escritas,
Quando dizes que sou a pessoa mais solitária que um dia conheceste,
Bem sei que é muito fácil a inépcia lançar mão dessa cortante desdita.

Se o ao ego sedento sacias com essa mesquinha vitória sem benefício,
Há um mútuo desconforto quando a nossa preciosa amizade desabilitas,
E, dás lugar à resposta idônea e nobre por não fazer rastejar o coração;
Porque muitas vezes a solidão é um preço a pagar quando se tem opinião.

Um comentário:

  1. Há reciprocidade de alguém que contempla com atenção esta obra prima...
    Concordo, "a solidão é um preço a pagar quando se tem opinião".
    Mas, para que opinião, se há um caminho a seguir onde torna-se gratificante a presença de alguém especial com quem se possa contar?
    Parabéns...

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