Saudação

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sexta-feira, 27 de março de 2009

O Pé de Café Florido

Por George W B Cavalcanti (Guerson Ben Levi, nome hebraico)

A música ecoava nos meus cromossomos,
Deleite indizível e um convite a metáforas,
Qual floco de algodão-doce em meu ouvido,
Que a degusta porque gostaria de tê-la feito;
Pura delícia em cujas fibras reclino meu corpo.
Sua trama artesanal, fiada, trançada e colorida,
Mis e dós presos por nós nos cordéis do tempo,
Atados nos punhos da rede armada no alpendre;
Tanta flor acima do chão a sustentar um balanço.

Promessas que no topo do caule são pura maciez,
Confirmada em suas fibras que revelam seu alvor,
E, todas para que na brisa recostado eu refletisse;
Vida tanta que sob o céu e ao sol ali se mostrava.
Bela e generosa em tons verdes vivos e brilhantes,
Nas folhagens e no veludo madrepérola das plumas,
Parceria que renova a bênção e retarda seu ocaso;
Contemplei a graça esvoaçante sobre o café florido.

Quando veio a ave que paira e suga néctar ofertado,
Pelo grão carmim que depois dá sabor a cada manhã,
Seja puro ou aditado quiçá se torne mais enriquecido;
Bom aroma e um gosto que torna o coração aquecido.
Ali haviam maravilhas reunidas como não as vira assim,
Espaço pleno de parceiros em festa à frente do terraço,
Enquanto na rede ao som hebreu assistia ao espetáculo,
Do cafeeiro, do colibri e do vento qual um trio sertanejo;
Pensei: Eterno isso tudo é Teu e não mera obra do acaso.

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