Por George W de B Cavalcanti*
Sou professor, e hoje é a data em nossa homenagem, no calendário da era comum da civilização ocidental; e, ponto, a coisa para por ai. E, não tem neste momento neste país, não que eu saiba, nenhum de nós sendo condecorado por titulares de nenhum nível governamental.
Entendo ser oportuno lembrar que existe diferença entre mestre de ofício e educador. Porque o primeiro ensina uma profissão e também é chamado de professor ou mestre por seus aprendizes. E, o segundo é o que transmite o conhecimento em um espectro mais amplo e que vai do elementar comum à especialização específica.
Existe, porém, os que no magistério vão mais além e se empenham em realizar a educação integral do aluno; estes são os educadores. E, que, com uma postura crítico-propositiva se empenham, na prática, no resgate, universalização e fortalecimento da cidadania. Na formação não de expectadores, mas, de construtores de sua própria história.
Evidente é que em país pretensamente emergente porque negligente educacionalmente, ser professor é a última escolha profissional do alunado. Porque o estudante percebe as aflições permanentes de seus mestres e o desprestígio de quem lhe transmite a luz do saber no recinto escolar.
O educando presencia seus pais irem até o professor não para saber o que está acontecendo, mas, para brigar com o professor acuado e indefeso. Típico de contexto em que, não obstante outros avanços, a consciência da sociedade parece cauterizada e insensível à escalada funesta contra o professor.
O elenco de depreciação que vemos desfilar cotidianamente às vistas ou no noticiário vai, desde o descaso com as faculdades de Formação de Professores até as agressões verbais e físicas em sala de aula, passando pela demissão sumária quando o dinheiro da clientela tem absoluta preeminência.
Triste cenário, e não é de se estranhar as crescentes defecções e baixas nos quadros do ensino. O esvaziamento quantitativo e qualitativo dos contingentes educacionais nos mais variados níveis de ensino. E, o que é pior, a disseminação do medo de trabalhar e a falta de vocações pertinentes.
Arrisco opinar que, tal cenário se instala porque o professor é força motriz de busca pela verdade e pela exatidão quando ensina que dois e dois são quatro e não sete. Embora que, sem esta exatidão, não existe o indivíduo capacitado para a tecnologia e nem para o desenvolvimento econômico. E, nem se constrói um país desenvolvido.
*Gueshon ben Leví, nome hebraico recebido em tevilah conforme a tradição israelita.