Por George W de B Cavalcanti
Diante dos resultados do primeiro turno das eleições do corrente ano tenho motivos de sobra para defender a tese de que, continuo a ser pobre desprestigiado e anônimo – apesar de pós-graduado, alfabetizado digital e com serviços prestados ao interesse público – porque sou um cidadão do nordeste brasileiro e precipuamente por residir no interior do estado de Alagoas.
A título de ilustração vamos abordar o acontecido nestas paragens nesta primeira etapa eleitoral geral do ano em curso. Onde, em todos os níveis da disputa por votos na terra do 'sururú-de-capote', as lideranças e quase totalidade dos candidatos peessedebistas - seja no horário eleitoral ou fora dele - escondeu o seu emérito pleiteante à presidência da república.
Com raríssimas exceções o nome do economista, administrador público competente e político ficha limpa experiente foi trabalhado eleitoralmente. José Serra ficou de fora; seu nome, sua história e sua imagem; para desespero do seu eleitor. Seus correligionários da “terra dos marechais” – dada circunstancial popularidade da adversária – foram de um oportunismo deprimente e de uma tibieza inominável.
Para completar a grande função no picadeiro eleitoral nacional, assistimos às recorrentes apresentações das aberrações jurídicas eleitorais e dos ilusionistas político-partidário. Estes, a tirar da cartola partidária suspeitíssimos 'puxadores de votos' ou "poca-urnas', como se diz aquí no nordeste. Foi um esvoaçar de candidato-bandido, candidato-palhaço, e do mais sagaz: o candidato bandido-palhaço.
Isto sem falar dos trapezistas e malabaristas da legalidade, sempre muito bem treinados por seus marqueteiros políticos para causar frisson, ao rufar dos tambores da grande mídia nacional. Todos sempre sorridentes para as câmeras e a fazer suas perigosas piruetas eleitoreiras sem medo de ser feliz. Já que sempre amparados pela grande rede da nossa legislação eleitoral.
Segurança essa que nunca falta, porque o vasto apetrecho de amparo oferece uma malha aberta, e com estrutura adequadamente elástica. O suficiente para estender-se em conforto para astros e estrelas não-alados em seus mais ousados voos. Até mesmo para os de maior sobrepeso por comilanças, na queda livre do sair de cena no apagar das luzes do picadeiro.
Mas, não poderia concluir este sem atender a pergunta que a esta altura certamente está pendente na cabeça do ilustre leitor. E, quanto aos outros interessantes e indefectíveis números artísticos habituais sob a grande lona; o ‘engolidor de espada’, o 'engolidor de fogo', e especialmente, o ‘globo da morte’ - não tem?
Claro que tem. O que acontece é que, sob a lona verde e amarela da nossa democracia representativa – ou seria em todas elas? – tais arriscados protagonistas são recrutados pelo apresentador do espetáculo. Sim, mas sempre da turma da plateia boquiaberta, e, 'compulsoriamente convidados'. Ou seja, no caso, dentre a maioria do eleitorado: nós comuns cidadãos brasileiros.
Concluo deixando claro que o mestre de cerimônias da temporada é o exótico 'Mister Esseteefe', exímio nos truques com a 'Lei da Ficha Limpa' tanto quanto com a lei da gravidade. E, sempre solícito ao 'Gerente Geral para Carnavalizações' cuja última alegoria é: 'O Trem Bala em Desafio à Engenharia e ao Contribuinte'; enquanto por trás da cortina agoniza toda a logística do 'gran circo' de carnavais e canaviais.
Caro George, mais uma vez leio tuas palavras e sinto como se vc tivesse ouvido cada pensamento meu. Concordo com cada colocação, cada vírgula e ponto de teu texto. A diferença diminui, mas precisaria que cada cidadão tivesse consciência do valor de seu voto, e não o transformasse em "moeda de troca"...
ResponderExcluirCom muito respeito e admiração
Malu