Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Nós, a mantanha e o céu



Por George W. de B. Cavalcanti*


Viver uma velhice com altruísmo e felicidade é possível, bem mais do que corriqueiramente se imagina e, se prestarmos atenção, perceberemos criaturas com este perfil bem próximas de nós.

Ao longo da história, inúmeros são os exemplos famosos, senão vejamos: Cícero o grande orador romano, aprendeu o idioma grego depois dos 61 anos de idade; Cora Coralina, poetisa goiana, publicou sua obra notável aos 80; Bertrand Russell nonagenário escreveu tratados de matemática e de filosofia.

Depois dos 90; Pablo Picasso continuou a ser um pintor genial, mesmo nonagenário. E, o nosso – de saudosa memória – Dr. Barbosa Lima Sobrinho, já centenário e à frente da Associação Brasileira de Imprensa, nos deu um banho de saberes e de lucidez.
Entendo caber aqui, como uma luva, a seguinte citação:

“Quando se escala uma montanha, quando se chega ao topo, não se encontra mais que pedras e neve; mas, dali, a vista é magnífica. Já não se pode mais subir senão, ir ao céu“. (Leclercq).

O mesmo acontece com a velhice, porque envelhecer pode ser comparado a subir uma montanha. Uma vez que, ao se chegar ao seu ápice, tem-se uma ampla e extensa paisagem da vida descortinada diante de nós.

E, podemos contemplar os muitos obstáculos que vencemos ao longo do íngreme terreno que aos nossos pés se estende e que então é escalado, desde o seu sopé, pelos mais novos viajores dessa misteriosa jornada.

Indubitavelmente, cabe-nos fazer com que a Melhor Idade torne-se uma realidade feliz, tanto na nossa quanto na vida de todos os nossos semelhantes.



*Guershon ben Levi (nome hebraico recebido em tevilah conforme a tradição judaica)





segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Espantalho

Por George W. de B. Cavalcanti*


A tempo certo nasceu naturalmente,
Na terra da rapadura e queijo coalho;
Fruto maduro de mulher competente,
E, de um cidadão bom no uso do malho.

À luz do candeeiro come cuscuz contente,
Por não haver nascido perneta ou zarolho;
Mas, fornido de cara, dente e nariz à frente,
E, com cabeça tão limpa que não cria piolho.

Competentemente educado no agir coerente,
Dando guarida ao bem, ao mal trança de alho;
É, um elo forte e confiável da positiva corrente.

Segue a vida pela fé e sem buscar pulo ou atalho,
Num lugar mesquinho que ao justo dá o restolho;
E, ao pensador e poeta transforma em espantalho.



*
Guershon bem Levi (nome hebraico recebido em tevilah conforme a tradição judaica)


 

sábado, 6 de novembro de 2010

Poema 'holobachiano'



Por George W. de B. Cavalcanti*


Noite a dentro,

A solidão insone,

Impulsão errante,

Do noturno velame;

Barco do meu sonho.

Sob um céu de ébano,

O marfim de teu sorriso,

Lampejo de luar sombrio,

Em parceria que se alterna;

Transforma brisa em melodia.

Vem e esvai-se ante o meu rosto,

Ressonância e tamanha harmonia,

Geme na doce lamúria do violoncelo,

A visagem que dança na luz e no som;

No pontear das notas a tremular fugidia.

Flameja brilho a revelar imagem bailarina,

Rodopiando misteriosa entre gotas de sereno,

Ao vento ameno transforma a vigília em transe,

Esse holograma que transmuta a cigana em anjo;

Névoa e etérea imagem na Bachiana luz da melodia.



*Guershon ben Levi (nome hebraico recebido em tevilah conforme a tradição judaica)




terça-feira, 2 de novembro de 2010

Não Por Acaso

Alvorecer em Florianópolis (Foto: Jonne Roriz/Agência Estado)


Por George W. de B. Cavalcanti*


I
Difícil é;
O reinício,
Tão provável,
Forte penumbra,
Dessa nossa união,
Apenas a madrugada.

II
O afeto inato;
Que a vida junta,
Parecendo ao acaso,
Perecendo e esvaindo,
Enquanto geme a noite,
Gestante fiel e confiável.

III
O não perecer;
Que é dor apenas,
Mesmo o parecendo,
Vivê-lo continuamente,
A minha vida nessa vida,
Uma parábola tão tangente.

IV
Tudo transforma;
Até parece a revelia,
Que a todos emudece,
Quais lívidos náufragos,
Flutuantes saldos de vidas,
Agarrados a restos de alegria.

V
Voga a vida;
E vaga é a noção,
Do valor da emoção,
Tal qual há na piedade,
E, seu efeito, na caridade,
Emoldurada pela comoção.

VI
Amar é um sonho;
Que cobra e encobre,
Do pobre a sua tristeza,
A tanta fraqueza do nobre,
O valor desses meus versos,
O expandir de alguma certeza.


*(Guershon ben Levi, nome hebraico recebido em Tevilah conforme a tradição judaica).


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