Por George W. de B. Cavalcanti*
Viver uma velhice com altruísmo e felicidade é possível, bem mais do que corriqueiramente se imagina e, se prestarmos atenção, perceberemos criaturas com este perfil bem próximas de nós.
Ao longo da história, inúmeros são os exemplos famosos, senão vejamos: Cícero o grande orador romano, aprendeu o idioma grego depois dos 61 anos de idade; Cora Coralina, poetisa goiana, publicou sua obra notável aos 80; Bertrand Russell nonagenário escreveu tratados de matemática e de filosofia.
Depois dos 90; Pablo Picasso continuou a ser um pintor genial, mesmo nonagenário. E, o nosso – de saudosa memória – Dr. Barbosa Lima Sobrinho, já centenário e à frente da Associação Brasileira de Imprensa, nos deu um banho de saberes e de lucidez.
Entendo caber aqui, como uma luva, a seguinte citação:
“Quando se escala uma montanha, quando se chega ao topo, não se encontra mais que pedras e neve; mas, dali, a vista é magnífica. Já não se pode mais subir senão, ir ao céu“. (Leclercq).
O mesmo acontece com a velhice, porque envelhecer pode ser comparado a subir uma montanha. Uma vez que, ao se chegar ao seu ápice, tem-se uma ampla e extensa paisagem da vida descortinada diante de nós.
E, podemos contemplar os muitos obstáculos que vencemos ao longo do íngreme terreno que aos nossos pés se estende e que então é escalado, desde o seu sopé, pelos mais novos viajores dessa misteriosa jornada.
Indubitavelmente, cabe-nos fazer com que a Melhor Idade torne-se uma realidade feliz, tanto na nossa quanto na vida de todos os nossos semelhantes.
*Guershon ben Levi (nome hebraico recebido em tevilah conforme a tradição judaica)