Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Dançando com fibras



Por George W de B Cavalcanti*


I

Em coreografia vem novamente 
o grupo fantasiado com fibras, 
com máscaras, caras pintadas
adereços e roupas trançadas,
sobrepondo com propósito 
a singela grandeza do passado.

II

Carregam consigo o desalinho
do traje em nebuloso caminho,
e seguem a exibir seus mistérios
a dançar com um vigor renovado,
na aldeia antiga e ameaçada
a construção étnica abandonada.

III 

Guardiões da ancestral memória
mantém a sua bela cena aberta,
aprendem com multicores pássaros
a compor com a natureza generosa,
a selva a exibir seu belo espetáculo
e arte encenada com rústica estética.

IV

Gente de tradição e códigos 
e a se divertir com sua mensagem
e, nada parece alterar o roteiro 
de tamanha irreverente seriedade,
nos adereços de palha e plumas
de cores em simbólico disfarce.

V

Parecem querer roubar o som 
com sua pequena e boa orquestra,
essa melodia elevada na voz grave
e na sua música centenária, 
enquanto o cortejo policromático 
em dança segue o seu passo.

VI

Para algum estranho ou outro 
em meio a personagens solidários, 
que parecem os respeitar sempre 
as palhas e penas desses avatares,
que trazem à razão suas premissas
e expõem seu desafio mais ousado.

VII

Raro povo a  provocar assombro 
e nostalgia sem fazer alarde, 
anônimo elemento em extinção 
com seus preciosos instrumentos,
missionários de sua própria memória
em folguedos com brilho e glória.

VIII

Na tarde quente da terra ribeirinha
o horizonte espera debruçado,
a melodia que na alma é minha
e dos músicos mais achegados, 
reunidos em derredor do fogo, 
as flautas, os guizos e os tambores.

IX
 
Vida e amor em alegria radiosa
no calor da antiga maloca,
e o tom da chuvada é contraponto 
ao suor de uma gente laboriosa, 
que nos empresta o seu som 
tanto tempo pelo vento espalhado.

X

Por um momento acreditei 
que estivera com eles agrupado, 
a navegar o rio do seu pensamento
sobre o que resta da grande floresta,
e compreendi a dimensão desse ícone
de valores que não quero abandonados.






quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O noticiário brasileiro - terror sem limites


Por George W de B Cavalcanti*


Você tem toda razão, caro leitor ou leitora, quando se pergunta o que é que este cartaz - que representa a prova incontestável do recente retorno da censura ao nosso país - tem a ver com o título desta postagem. Mas, eu gostaria que prosseguisse nesta leitura no setido de, alcançarmos uma oportuna reflexão sobre a nossa realidade.

A produção cinematográfica mais polêmica do momento em todo o planeta: A Serbian Film - Terror Sem Limites, na noite desta terça-feira 13/09/2011, foi alvo de censura ampla, geral e irrestrita. Já que, a Justiça Federal de Belo Horizonte atendeu ao pedido feito pelo Ministério Público Federal em ação cautelar e concedeu uma liminar proibindo a exibição do longa sérvio em todo país.

Longe de mim fazer aqui juízo de valor e muito menos apologia ao conteúdo, argumento ou razões; objetivas e subjetivas dos envolvidos na elaboração, comercialização e divulgação da internacionalmente questionada obra da sétima arte sérvia. Até porque, em alguns países da Europa (Itália, Grécia e França), a veiculação do filme foi proibida e tem causado mal-estar onde conseguiu ser exibido.

Mas, me permito - e, agora venha comigo - traçarmos um instigante paralelo entre os argumentos da nossa justiça e o cenário nacional de criminalidade e impunidade que grassa neste país. É violência e sangue aos borbotões, de vítimas fatais a impregnar quase até os nossos cinco sentidos, com a cor da bandeira do partido ora no poder. De direito e não de facto segundo se evidencia, mas, responsável por toda essa danação; desassistência e insegurança social'.

Então, vamos aos argumentos colocados na peça legal dos nossos meritíssimos de eminente saber jurídico:
"O longa-metragem contém cenas que simulam a participação de recém-nascido em cena de sexo explícito ou pornográfica, além das que mostram sexo explícito, crueldade, elogio/banalização da violência, necrofilia, tortura, suicídio, mutilação, agressão no ambiente familiar". E, "Não recomendada para menores de 18 anos, por conter sexo, pedofilia, violência e crueldade".

Contudo, para melhor clareamento e fixação do raciocínio da nossa análise, vamos listar ponto a ponto os nefandos tópicos mencionados:
  • sexo
  • sexo explícito
  • crueldade
  • violência
  • elogio/banalização da violência
  • necrofilia
  • pedofilia
  • tortura
  • suicídio
  • mutilação
  • agressão no ambiente familiar
Agora a pergunta que não quer calar: Mas estas não são a cenas do cotidiano de barbarismo em nosso país, crescentemente havidas e diariamente reportadas - até por dever de ofício - pela mídia brasileira? Ou, como diria o conhecido repórter e comunicador de grande audiência: "Ou eu estou errado?" E, à lista doméstica, adite-se o descarte perverso e crescente de recém-nascidos e as execuções sumárias e aterradoras dos tribunais do crime à luz do dia.

Que saibam as sumidades e eminências pardas do socialismo caboclo que: a despeito de seus 'aloprados' agentes de aparelhamento político estatal, ainda subsiste, cresce e resiste a vida inteligente da cidadania deste país. E que, vemos a proliferação dos programas sensacionalistas sobre a 'cena-crime', a faturar alto em variadas mídias. Mais impactante na TV de reportagem policial; quando, o repórter e a câmera se fundem à guisa de "papagaio de pirata" nos ombros dos homens da lei.

Esta é uma inspirada - até porque, com o obséquio do chargista, a imagem vale mais do que mil palavras - ilustração de como se sente o cidadão telespectador brasileiro da atualidade diante do noticiário nacional televisivo. Mas, tamanho escárnio à segurança, à justiça e à cidadania não parece afetar às abastadas e tranquilas rotinas de vida das nossas autoridades. Até porque, a bandidagem é ensandecida e celerada, mas, não burra. Ela não etaca às residências e às familias dos poderosos. Uma vez que o mercado de trabalho para o criminoso continua mantido, garantido e crescente.

Assim, a propósito do cartaz do filme focalizado e que ora utilizamos como "gancho" nesta abordagem, relaciono algumas opiniões de internautas postadas em canais que divulgam na rede a vídeo-clip do censurado filme, como se segue:
- "Se não agrega para que perder tempo com filmes assim? - O problema é que não cabe a mim dizer que tipo de filme você pode ou não pode ver e nós não podemos impedir os outros de ler um livro, ver um filme ou seguir uma religião."
- "Quem é perverso não precisa desse filme e pode achar diversos outros muito mais violentos que não foram censurados..."
- "A banalização da violência torna as pessoas frias; ou seria o inverso? Ou seja, a frieza das pessoas é que torna a violencia banal?"
- "Mente doente se incentiva vendo até desenho amimado do Ursinho Puf..."
- "A pior negatividade, a pior violencia e a pior maldade agregada ao filme foi a censura!"
- "Já que me falaram tanto desse filme, vou acabar vendo."

Há luz no fim do túnel? 
A civilização cria uma venenosíssima víbora para se picar quando transforma o combate ao crime em grande indústria geradora de emprego e renda. Até porque, como aconteceu na Holanda, quando a criminalidade é combatida com convicção filosófica e atacada com seriedade em suas causas primeiras e fins últimos; "o espírito de porco", quer dizer; o espírito de corpo, faz o governo importar criminoso - no caso da Holanda, importado da Bélgica, segundo noticiou a imprensa internacional. Para que a turma dos "mocinhos" não ficasse desempregada e os demais beneficiários nos negócios da logística agregada não perdessem as suculentas "tetas" do erário.

E, quanto ao cidadão brasileiro?
É o comum pagador de impostos, taxas e contribuições que sustenta toda essa crescente máquina organizada de beneficiários diretos e indiretos do combate ao crime organizado. E, quando o lema é não levar muito a serio a religião e o seu 'Amar ao próximo como a ti mesmo'; o próximo é apenas a próxima vítima. Queira Deus não sejam as nossas futuras gerações, ao menos. Enfim, tire as suas conclusões e se posicione a este respeito. Porque a palavra de ordem é nossa, e  não aceitamos sair de casa como refém e retornar com vítima.



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Psicotrote - tiques e toques (humor)



Por George W de B Cavalcanti*


[Trim, trim, trimmmm!]...

- Ong Protoque às suas ordens!

- [pocotó, pocotó, pocotó]...

- Alô, (impaciente) é paciente conveniado?...
- Sim, quero dizer (nervosíssimo) não, senhora.

- Então o feenhô quor confulta porticolór (mastigando sanduíche de pernil)...
E,  fenhôora não (deglutindo), senhorita, por favor!

- Tá bem!... [pocotó, pocotó, pocotó]...
- Alô! Senhor isso é um trote, senhor?

- Não! Sim [confuso], quer dizer...
- Quer dizer o que, senhor?

- Que, que não é trote telefônico; não (ansioso), não é!
- Como assim, senhor?

- Assim, senhorita; é o trote, ou melhor, é o trotar dos meus dedos, senhorita.
- O que? O senhor está brincando? Olha que somos uma ong séria! E, eu...

- Eu sei, eu sei (ofegante), não desligue; eu também sou do ramo, quer dizer...
- Senhor, do ramo de ong, senhor?

- Não (falando baixinho), também sou da área da saúde...
- Senhor, eu não estou lhe ouvindo bem, mas se é assim... (falado para o lado: olha, ou é trote ou é mal de alzheimer)...
Senhor, se, é assim, porque o senhor não...

- Não procuro ajuda de um colega? Nem pensar! Seria muito (sussurrando), constrangedor...
- Como? Mas senhor...

- Eu explico, explico... É que... Estou com problema no exame de toque retal...
- No senhor, senhor? Em sua idade é normal, senhor (rindo baixinho e para o lado), é de rotina...

- Eu sei, eu sei! Mas, o problema não é comigo e sim com; pelo menos alguns, pacientes meus...
(Quase inaudível) Eu sou: urologista, e estou vendo a hora de ser processado por assédio sexual!

- Mas doutor, isso nunca aconteceu à urologista nenhum; não que eu me lembre...
 - Esse é o problema... [pocotó, pocotó, pocotó)...
 - Alô! O doutor está bem, senhor?

- Então, está ouvindo o barulho dos meus dedos repetitivos em minha mesa de trabalho e que eu não consigo controlar?... 
E, só param de batucar depois que eu conto até cem, ou mais!
- Ah! Então é isso?...
É coisa repulsiva; quero dizer, compulsiva mesmo doutor!

- Por isso vocês tem que me livrar desse problema de TOC; é um Transtorno Obsessivo-Compulsivo digital, importante...
Quando estou examinando a próstata dos meus pacientes os meus dedos ficam assim repetitivos, parecem ganhar vida própria; e, logo da mão do procedimento...
Me ajuda ai, vai!... 
Diga aos colegas psiquiatras aí que é urgente, entende, não é?

- Mas senhor, há um engano!...
- Que engano? Não há tempo a perder, senhorita; arranje-me um horário, vai...

- É que, a Protoque, não dá apoio ao portador de TOC, com t-o-c; e sim ao do toque com, q-u-e, senhor...
Como eu disse, somos também da mesma área, mas, de apoio ao paciente da Urologia, mas não da Psiquiatria, doutor! 

- [pocotó, pocotó, pocotó]...

- Alô, doutor...

- [tú, tú, tú, túuuuuuuuuu!]...

[em off ]
- Desligou; caraca!... 
Nesses anos todos em que trabalho aqui, é a primeira vez que recebo um chamado de caso de; 'psicotique de proctoque'...
Eu heim!...
Aff!...
Que dia!... [e, colega, assume um pouco aqui que eu vou fazer xixi].


domingo, 11 de setembro de 2011

As torres gemem (acróstico, em português)



Por George W de B Cavalcati*


Sempre lembraremos esta data, jamais esqueceremos, 
Essa mancha de tristeza e dor para toda a humanidade, 
Tantos inocentes executados pelo extremismo violento; 
Em pranto e revolta, estamos com as famílias enlutadas. 
Milhares de vítimas, indefesos pais, mães; filhos órfãos, 
Bravo povo em suas torres de liberdade e de progresso, 
Renovado ânimo em nossas mentes e corações partidos; 
O encontro marcado inclui: justiça, o futuro e o passado. 

Ontem, perplexos paramos diante do monstruoso atentado, 
No dia em que se cobre de vergonha e luto a toda fé e amor, 
Zero é o marco de águas, de lágrimas, lutas, vigor e coragem;
Estados Unidos livres e em paz, é direito do seu povo honrado.



domingo, 4 de setembro de 2011

Meu bonsai literário



Por George W de B Cavalcanti*


Para justificar o título desta postagem, vou primeiro tangenciar a problemática existencial caraterística dos que tem o que se convencionou chamar de 'alma de artista'; na acepção original do termo. O que, por ser algo inato tem característica transcendente e, portanto, jamais é plenamente explicável. Até porque quase que totalmente incompreensível para os dela não dotados, enfocarei a respeito lampejos pertinentes que no momento me ocorrem.

Como acontece com toda história da vida e de consubstanciação da lenda pessoal dos assim identificados - algo que, via de regra, acontece após a morte -, diversos e insuspeitos fatores cronologicamente colaboram para a realização - nunca exaurida em seu mistério - da personificação dessa iridescente luz. Que, a uns encandeia, a outros embevece e a outro tanto incomoda; posto que a treva não afasta a luz, mas, o contrário é inevitável.

Entendo ser algo não presumido e isento de presunção, e um toque de genialidade que traduz claramente a presença do criador na criatura. Dotação singular ou plural no diferenciado portador de mesma, mas, sem dúvida, um fator geneticamente transmitido. Integrado e amadurecido pelo exercício do inerente dom na mútua relação que resulta na consolidação da lenda pessoal. A vida em ganho de significado pela inserção na história de páginas de beleza e encantamento.

A cultura na qual se nasce, cresce e desenvolve, o roteiro socioeconômico da família, os valores e o ambiente familiar, a quantidade e qualidade da educação formal recebida, a saúde pessoal e oportunidades de expressão do talento, estarão presentes e impressos na alma e na obra do artista. Nela, jamais descartando a atuação do imponderável, no que se inclui o nascer, viver e/ou permanecer em cidade pequena. Onde, com raras e honrosas exceções, se é menosprezado, ignorado e não raro reprimido; alvo da intolerância ao diferente e ao novo, típico dessas sociedades.

Tente esculpir em tal bloco contextual uma inovação emanada de especial percepção para ver o que te acontece -; terás que cinzelar o mais duro granito, acredite. Assim, quantos - em tendo diferenciado pendor criativo - não passaram pela desdita de conviver em rincão parado no espaço e no tempo; onde a biodiversidade pode até ser exuberante, mas, o espírito insurgente não é permitido. Tal conservadorismo - insegurança diante do questionamento - e reacionarismo à singeleza revolucionária do talento é a expressão mais corriqueira dos acomodados e, a arma política impiedosa habilmente manejada pelos mais poderosos do local.

Levam a vidinha ignóbil e pueril característica dos adoradores do "bezerro de ouro" e da "vaca sagrada". A amputar o espírito e a se colocar, pela supressão da empatia, em franco processo de psicopatia - segundo afirma a atual psiquiatria -; até que, sem carne ou leite algum, os consuma o profundo e escuro buraco do remorso. Traço de personalidade e resultado final comum, tanto à mente do humilde iletrado nativo quanto aos ditos "medalhões" dentre os déspotas locais mais esclarecidos. A resistência granítica à transformação e mudança igualmente os permeia; e, a sofrida alma do artista só terá pela frente horizonte de tormentas.

No que me diz respeito - se assim posso me incluir -, como quem luta para transformar o dom em ofício; escrever me gratifica interiormente sobremaneira. Embora eu já tenha escutado algumas vezes me dizerem, em tom jocoso, "o que é que você está ganhando com isso?" Quando então sinto dó da intelectualmente deserdada criatura, mas, principalmente, quanto ao seu aleijão emocional. Mas, persisto porque continuo a ser movido por convicção, ideal, sonho e esperança. O suficiente para escrever por pura realização íntima e deleite - e, até a presente data, sem ganhar nenhum dinheiro com isto. Contudo, para felicidade ou desgosto a depender do ponto de vista do caro leitor asseguro que, ao incursionar pelo campo das ideias a bordo das minhas palavras me percebo como que a trazer à luz nova vida. Bem entendido, os meus escritos; rebentos de gravidez pelo conhecimento acumulado -, da união que me faz "padecer num paraíso".

Não importa se não vejam a minha literatura como algo maior - a semente de mostarda é modelar -, ela vale principalmente a realização integral do seu semear. Tenho certeza que um dia será uma robusta muda e - um tempo mais - frondosa árvore com generosos frutos. Continuo também porque não quero a essa altura da vida outra profissão que não o transitar entre prosa e verso; e, seguir em frente com grafite e palpite. Também porque isto para mim tem efeito lúdico; cato as palavras sentindo o frisson de competidor em jogo de varetas: meticuloso calmamente até colher a última, por não haver tirado de lugar a nenhuma anterior. O que me garante o privilégio de degustar o doce sabor da vitória ao concluir cada texto que escrevo. Indo a forra dos abastados e presunçosos que de mim desdenham, mas, que não conseguem - por mais que o desejem - escrever algo significante.

Enfim, este dom que entendo possuir; figurativamente o cultivo qual à exótica e fascinante pequena árvore. Com a paciência e acuidade de um oriental que no fascinante afã, igualmente se beneficia do telúrico e do cósmico -; quando, em minha mente firma suas raízes e se expande em todas as direções. Mas, singularmente a suscitar os meus cuidados: com a sua troca de vaso, eficiente irrigação e adubamento; e, poda regulamentar dentro de uma visão estética de embelezamento. Dela me apraz cuidar cotidianamente porque está sempre acessível; em mim mesmo. E, meu coração é humos que nutre o meu bonsai literário, que requer como vaso apenas o espaço de uma cabeça. Assim, espero contar com a vossa nesse milagre; do cuidado, nessa forma de vida exiguamente acondicionada, mas, pulsante de um amor imensurável como o universo.


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