Por George W de B Cavalcanti*
Na estrada da história já perde-se na poeira do tempo a ocasião na qual alguém - que ninguém sabe exatamente quando e quem foi - inventou o conceito de modernidade. De uma realidade pautada por idéias revolucionárias no sentido de uma existência coletiva e social melhor; em simbiose com elementos tecnológicos. Enquanto suficientes à materialização das mais mirabolantes possíveis teorias sobre uma realidade mais prática - e rápida, evidentemente - e de um mundo mais confortável para todos.
Mas, a essa altura dos acontecimentos ao longo da trajetória humana constata-se que, a história e a memória mostram-se gêmeas siamesas só separadas pelo bisturi da ignorância, e que nunca é demais refletir sobre modernidade e eleições; neste país contumaz em modernosidade. Até porque existem exemplos suficientes e de sobra a nos garantir que, não é a tecnologia que faz a mente moderna, mas, a mente moderna quem faz a tecnologia. E, tecnologia em mão errada não é benefício, é arma.
A modernidade em sua práxis pressupõe intensos, extensos, maciços e massivos investimento na busca e aquisição do conhecimento, numa imbrincada correlação de causa e efeito. Mas, para complicar - para usar termos da moda -, há sempre a "turma do mal-feito". Sacripantas de diversos naipes infiltrados em algo da mais alta responsabilidade e seriedade (pelo menos é o ideário): a política partidária. E, tais escroques, são a "quinta-coluna" no universo eleitoral brasileiro.
São os verdadeiros biodegradantes da dignidade, da cidadania e, de toda uma perspectiva humanizadora de uma sociedade. Esses que o fazem pela colocação do eleitor como gado e do servilismo como condição para a estagnação econômica e manutenção do curral particular de votos. Endêmica infâmia, desmoralizadora dos fundamentos constitucionais republicanos e democráticos deste país; mormente em suas regiões mais pobres, rincões e "grotões".
Atentai bem para os mesmos useiros e vezeiros; eles se assemelham à "bucha vegetal". Estão presos pelo talo à extensa rama que, há gerações se esgueira na copa da frondosa árvore social; usando-a como suporte para o crescimento egoísta. E, a docilidade e complacência do meio institucional é sob medida para atender à sua particular sanha; monopolista e oligárquica. Ainda que, pobreza endêmica como moeda política prede todo o eleitorado hospedeiro.
Então, olhai até ao longe, aonde vai dar a rama de cada uma dessas "buchas-políticas"; para arrancá-la toda fora. Em seguida, deixá-las ao relento para que sequem bem ao sol forte e, assim, descascá-las; e bater para fora todas as sua sementes. E depois, por única serventia que tem, usá-las para limpeza do corpo social e, até, de suas instalações sanitárias. Porque esta é uma analogia que entendemos apropriada para tais e tantos falsificadores da modernidade.
O político modernoso é assim. Contumaz e inveterado em colocar no mercado o seu sub-produto e única proposta que sempre tiveram para o eleitor alienado e encabrestado pela ignorância e pobreza; a falsificação de um projeto de futuro. E, assim, comunidades inteiras, povoados e municípios ficam continuamente a marcar passo em seu desenvolvimento; que nunca chega e que jamais deslancha. Num contínuo "quebra-lhes as canelas".
E, ninguém de canelas - econômico-financeiramente - quebradas consegue caminhar com as próprias pernas e jamais vai chegar a condição alguma de desenvolvimento que, possa receber a qualificação de tempos modernos. É pela inépcia, imperícia e imprudência dos que - na cegueira de sua presunção e jactância - solapam a democracia e inviabilizam a república como um direito universal do nosso povo que, se apequena o nosso futuro.
Nisso, apenas uma coisa é certa: na gênese da modernidade está a percepção do sentimento do bem-estar coletivo e não-preconceituoso, Mas, na cabeça do modernoso falsificador de modernidade, este elã não anda de braços dados com a ética. Que é a aplicação, antes para si dos deveres, enquanto proporciona ao compatriota os direitos constitucionais; na maneira responsável que a Lei maior estabelece. E, única via para redução das injustiças.
Novas eleções se anunciam e, por oportuno, volto a tecer considerações sobre o tema. Sob a ótica de que, algo de sublime existe, não na modernidade ou em suas modernosas falsificações; mas, nas mentes verdadeiramente modernas. E, estas assim o são por favorecerem à vida em um sentido amplo e global. Num compromisso solidário que, busca nos fazer parecer justos aos olhos de Deus, e assemelhar-nos à Sua divina personalidade.