Por George W de B Cavalcanti*
A realidade:
Os planos de previdência privada de saúde, também denominados popularmente e com um sentido de 'vulgo' [devido à posição "olímpica" dos mesmos nos índices nacionais de reclamação dos usuários] por 'planos de saúde'; em uma análise sintética apresentam, em nossa modesta percepção, as seguintes distorções:
1. Nos últimos 10 (dez) anos, os ditos 'planos de saúde' aumentaram 35% (trinta e cinco por cento) acima da inflação;
2. A diferença de preço entre a mensalidade para uma criança e a para um adulto acima de 60 (sessenta) anos é de 500% (quinhentos por cento), ou mais;
3. A previsão é de que: nos próximos 30 (trinta) anos, a mensalidade dos 'planos de saúde' para esse mesmo adulto acima de 60 (sessenta) anos, aumentará - nesse ritmo - em 70% (setenta por cento). Evidentemente tornando-se inviável para a quase totalidade dos idosos conveniados já contribuintes.
A conclusão, óbvia:
1. A política oficiosa e perversa é: sucatear o SUS para abrir mais espaço para os 'planos de saúde privados';
2. Os tais 'planos' não são e nem nunca serão de amparo social e assistencial. E sim [aqui sem nenhuma conotação pejorativa e sob o ponto de vista estritamente econômico-mercadológico] de 'mercadores da saúde'. Na respectiva "lógica" de minimizar custos e aumentar lucros, face à concorrência;
3. Sob os pontos de vista concorrencial e mercadológico as tais empresas, desde o início, optaram por ganhar mais com o abandono dos 'planos' [paulatinamente inviabilizados para o cliente]; depois de pagá-los alguns anos. Principalmente em se tratando idosos, com a 'rotatividade' dessa clientela;
4. Não serão medidas imediatistas e demagógicas que salvarão o brasileiro, naturalmente mais longevo (e mais idoso) de padecer, à mercê do mercantilismo com a saúde e a vida; a tortura e extrema humilhação do aviltamento de sua dignidade. Justiça social é, retirar o carente e indefeso cidadão dos relegados, frios e funestos (e, geralmente fatais) corredores da indigência hospitalar deste país.
Esta é uma reflexão cidadã, e com ela faço a minha parte; sugiro que façam também a vossa. Que nos unamos e nos mobilizemos efetivamente pela dignidade e pela cidadania na saúde e na velhice em nosso país. Afinal de contas, ninguém quer adoecer ou morrer jovem, não é mesmo? E, a morte só tem "graça" em propaganda de cerveja [no Brasil]... Saúde!
[Fonte: Os dados, em números percentuais, foram obtidos da análise de comentaristas especializados da Rádio CBN Notícias, veiculados na programação da emissora em 04.12.2012]
(Fotos e ilustração - fonte: Google Imagens)
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