Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A mulher centrifugada



Por George W B Cavalcanti*


"A grande pergunta que nunca foi contestada e à qual ainda não pude responder, apesar de meus trinta anos de investigação da alma feminina, é: o que quer uma mulher?"
(Sigmund Freud)
Percebemos que a mulher contemporânea tem, a cada dia, menos interesse ou tempo para constituir e edificar família a partir de uma sua busca por um ser que, há tempos, se convencionou chamar de ‘homem de bem’; mais especificamente, o bom caráter de ‘ficha limpa’. Parece-nos que ela o tem substituido por um impermeavel interesse -; dedicada a ‘vencer na vida’ junto ao empregador, ao patrão, ao chefe, ao subordinado e, especialmente, ao seu agente financeiro. E, eventualmente, voltada para companhias sexuais, ou, macho reprodutor estrategicamente admitido para fins de parceria econômica não necessáriamente financeira -; ficando, pois, a geração de prole, condicionada ao seu esquema de vida. Ou seja, - enfocadas as classes 'a', 'b' e 'c' especialmente - ela parece já não ter "tempo a perder" com 'antigas' divagações românticas decorrentes de mais acuradas prospecções transcendentes neste âmbito da vida.

Sua demanda reprimida por liberdades a faz reiteradas vezes "cair como um patinho" nas engrenagens da máquina – e na ‘orgia’ – do consumismo, empurrada que é pelas vigentes e insuspeitas ‘materiolatria’ e ‘sensoriolatria’. Déficit existencial este que, em saudosos tempos de maior rigor ético e contextos econômicos mais modestos, as compeliam a ‘jogar pedras’ nos telhados masculinos. Na imagem do macho tradicional e zeloso de seu papel de ‘cabeça do casal’. Intenção esta por muito tempo sublimada – não sem uma postura de altivez e pretensa superioridade – mediante um jargão de aforismos de senso comum feminista do tipo: “Isso é coisa dos homens”! Ou, “Ou todo homem é cachorro”! Eu mesmo cheguei a presenciar ‘moça de fino trato’ a proferir tais vitupérios.

Então, me vem à mente a máxima de um grande pensador que diz que “o senhor da razão é o tempo e não a autoridade”. Ora vejam que, ao correr da inexorável linha existencial da história, o que acontece? Qual é o resultado dessas “pendengas” nos dias atuais? Pois sim – ou não, como diria o Caetano (o Veloso) –; o que se assiste nos palcos da vida feminina e feminista e, a que ponto chegou-se? Ora – e bota reza nisso –, são as “mulheres melancia”, “samambaia”, “melão”, “bom-bom”, “moranguinho” e outras ‘hotifrutificadas’ digeríveis em diminutas indumentárias. A explicitarem de modo impactante – com ou sem fundo musical – os seus monumentais posteriores em acintosas poses e coreografias, para que se lhes enxerguem, as amígdalas, provavelmente.

Enquanto isso a manada, digo, “a galera” - composta em sua maioria por mulheres - pouco chegada a reflexões , tangida pelos batuques e ensandecida pelo frenético ritmo – desde a “fila do gargarejo” até a portaria – responde ao apelo das protagonistas, em um só coro, como é de praxe: “Uh! Uh! Uh! Só as cachorras! As preparadas! As 'popozudas'!”. É assim; parece que a ala feminina ‘monetarizou-se’ de vez... Na base do: “meu ‘reino’ por cinco minutos de fama... E, essa coisa toda aponta para o que se pode entender como processo massivo de cooptação geral, encetada pelo ‘espírito de competição’ que as conduz cegamente a um, digamos, ‘darwinismo sexista’ predatório da figura bíblica do varão.

Mas, será que nessa rotina de modismos sem autocrítica e ao cederem ao fascínio da dita ‘carreira’ compatível ao consumismo, não estariam abdicando de sua prerrogativa de zeladoras da família e da paz no lar? Não seria isto um engano a alimentar a tragédia –; de filhos deixados à morte esquecidos dentro do próprio carro? O sucesso parece servir-lhes de anestésico e embotamento do outrora decantado bom senso feminino. Essa banalização, exibicionismo apelativo, agressivo e revanchista, resulta em um nivelamento por baixo e negação do que a mulher zelava como virtudes. Prevalece o eufemismo cínico do “ficar”, em nome de uma suposta liberdade -; e, cenário de ausência de limites e confusão social de papéis. Faz sentido que tudo isso seja um gritante alerta de iminente implosão da civilização e da (des)humanidade como a conhecemos.

Para os mais sensíveis e atentos perceptível é - desde que o mundo é mundo e gente é gente - que, o ápice da estética corporal feminina coincide com o apogeu de seu período de vida reprodutiva. E, que é elementar que por trás de sua reconhecida compulsão pelo exibicionismo existem heranças atávicas e instintivas que em boa medida burlam a consciência em prol do bom êxito do projeto natural de continuismo do ser e de continuidade da espécie. Assim, embutiria no que travestida de liberdade objetiva não passaria, na verdade, de um eufemismo biológico que se vale de uma psêudo ingenuidade -; aspecto este,vale lembrar, muito bem aproveitado comercialmente pelo apetite voraz da economia de mercado, é óbvio. Até porque já dizia o meu saudoso pai: "Se a polícia deixa a mulher anda nua na rua!". Pelo visto falta pouco.

Repito: não seria o “ficar” em nome de uma suposta liberdade a moldura depreciante em um quadro de confusão existencial? Não seria tudo isso falta de rumo e extertores de um exaurido modelo de sociedade? Há nisso tudo uma histórica 'reação em cadeia' em detrimento da própria humanidade. Senão, por que a globalização, a universalização do saber, o avanço da ciência, a sofisticação da tecnologia, a rapidez de comunicação, a multiplicação das profissões não reduz a criminalidade em sua perversa e cada vez mais diversificada tipificação? E, não adiantam desculpas, porque a “galera” só amansa quando está no "fundo do poço". E, nesse contexto os mega-templos das “igrejas de resultados” estão aí para isso mesmo; oportunistas e 'convenientes' ao suprirem a inépcia estatal. Para remediar - faturando alto - o mal dos escândalos e as recorrências da negligência dos poderes (des)governamentais para com a responsabilidade social.

Vale repensar porque a mulher toma como elogio ser chamada de “avião”, de “máquina”; e, como tal, se compraz em ser diferenciadamente “poderosa”. Nada mais enganoso e dissoluto porque, quanto mais negligenciam esposarem valores morais e éticos para a educação doméstica de seus filhos. Quanto mais abandonam o padrão ético do “velho” homem de bem – do tzadik (aquele que busca sinceramente parecer justo aos olhos do Eterno) – mais perde a mulher a sua consagrada virtude de repositório moral da sociedade. Aquele precioso relicário espiritual feminino vai sumindo ao apertar de um botão, triturado nessa 'centrífuga social' ou 'extrator de suco materialista'. Quando, de "fruta" a suco é um passo para se tornar o rejeito, o bagaço.


*(Guershon Ben Levi, nome hebraico recebido em Tevilah na CINA, conforme a tradição)


domingo, 25 de outubro de 2009

O Incidental Vicioso

Favela da Rocinha, Rio de Janeiro/RJ - Brasil


Por George W B Cavalcanti*


I
Futuro instável é o homem sem conhecimento,
Ao hipocritamente insistir em se chamar humano;
Mas, desmoraliza o animal em sua condição básica,
E, ridiculariza sonhos envoltos em rendas e brocados;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

II
Alienada reincidência, teimosa, viciada e contumaz,
Tanto fez como tanto faz em seu pragmatismo amoral;
Se, com uma mão dá a parte, no todo em tudo se subtrai,
E, sua história idiota estreita, torta e sanguinária suporta;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

III
Criativo no varejo e no atacado vai se tornando inviável,
Presunçoso que envergonha seu gênero em número e grau;
Se faz coletividade para se tornar feroz ou ainda mais mortal,
E, tudo é motivo para guerra em sua sanha de escravizar irmão;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

IV
Espoliador do mais fraco em sua incontrolável compulsão,
Rapina e rapta, se reproduz e replica a Caim enquanto assalta;
Se, é lobo da estepe, friamente se coloca como um franco-atirador,
Sempre malícia, travestida de milícia a retesar arco e afundar barco;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

V
Estreita faixa tem a ordem no primitivismo de seu congresso,
Fictício paleolítico progresso e real pitecantropo ereto retrocesso;
Enquanto cheira mal o delírio por 'gulag' caudilhista latino-americano,
Generosidade fictícia e a sempiterna degenerada utopia apodrecida;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

VI
Insana é a teimosia em guardar a justiça em vasilhames,
Enquanto a injustiça cuida de revigorar moribundos horrores;
Glória banhada de sangue da maioria pobre ou minoria diferente,
Que apenas o homeopático talento não cura, entre promessas e juras;
Porque os pecados todos são como base e não como face,
Na atrevida e cônica ignorância, de nós, humanos.

VII
Regimes, crises e crimes, de repetição viraram mera indústria,
A riqueza feita com tráfico de escravos virou escrava do trafico;
Porem a cegueira da vaidade revela ser sempre o seu pior narcótico,
Bomba atômica líquida e incerta e, letal 'pedra no sapato' de gigantes;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

VIII
A insensatez despudorada e crua, nua se exibe, brilha e fascina,
E, faz entrar sorrateira pelas frestas as pesadas névoas das trevas;
Que esconde a inflados egos que sempre se sobrepõem às doutrinas,
E, a corrupção endêmica a prostituir as democracias, em cada esquina;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

IX
E, ancestral é a sentença à pesada a pena aplicada a ignorância,
Que por desconhecimento gasta a própria vida a repetir a história;
Recorrente amnésia que nos faz animais que abdicam da existência,
Do aroma do saber, do gosto do realizar e do prazer do eterno construir;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

X
Civilizações e seus gemidos são sombras projetadas no interior das cavernas,
Senão falha a memória, são: Faraó, Inquisição, Cortez, holocausto e Búfalo Bill;
Mesopotâmia, Hitler, Hiroshima, Saddam, Pinochet, Calígula e, escravidão no Brasil,
E, rastro homérico de sangue de Stalin a Pol Pot e, do Ahmadinejad a ameaça já partiu;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e cônica ignorância, de nós, humanos.

XI
Apartheid e os tzares sufocaram o grito da Etiópia no quilombo dos palmares,
Maias, Incas e Astecas e, a ‘companheirada’ toda a viajar com 'dólares na cueca';
Floresta, madeireiro, motosserra e, o comendador da zona por celular sangra a mata,
Sem ética, moral ou peso na consciência e, a conversa mole e chula continua toda igual;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.

XII
Vai polícia morro acima e chumbo quente morro abaixo, no 'pressal' e no vinagre,
Mas, o ‘teflon’ cobre a panelas e políticos, bordunada na imprensa e filas do sacrifício;
Na pátria do bom selvagem informatizado, saudades do homem cordial de antigamente,
O paradigma na memória me faz teclar ‘enter’ e, que a história resgate o futuro dessa gente;
Porque todos os pecados são como base e não como face,
Na atrevida e crônica ignorância, de nós, humanos.


*
Guershon Ben Levi (nome hebraico recebido em Tevilah na CINA conforme a tradição)

sábado, 26 de setembro de 2009

Embaixada não é piquete - de 'laia em laia'...



Por George W B Cavalcanti



Com segurança e serenidade afirmo que pertenço a uma geração que em sessenta (60) anos foi co-participe de transformações tecnológicas, econômicas e políticas que, em seu conjunto, foram mais “velozes e furiosas” do que as tais havidas em todos os períodos anteriores. E, particularmente, apesar do ostracismo imposto por aquí aos democratas autênticos pela hegemonia do “coronelismo de touceira” novamente vigente neste rincão, tenho conseguido – pela misericórdia do Eterno – me manter suficientemente bem informado. Ao ponto de não ser apenas mera testemunha da globalização e seus importantes momentos de transformação, mas, em particular, um atento observador com reiterado exercício crítico das realidades –; daqui e de alhures .

Nesse “trupé” (provável corruptela do termo original tropel) – expressão típica do campesino local para indicar um ritmo acelerado de marcha – assistimos à consubstanciação de idéias, de coisas e de personagens que, em tempos não muito remotos, renderiam, a quem as ousasse cogitar a pecha de louco ou “pirado”. Ou então, no obscurantismo da ditadura militar que durante vinte (20) anos nos amordaçou, ser o clarividente cidadão enquadrado como terrorista ou subversivo. No entanto, conjecturas as mais ousadas, não só chegaram a existir como a ser viabilizadas, aceitas e assimiladas em larga escala por nossa carente população como novos valores do cenário nacional. Até como pretensos modelos para o resto do mundo.

Bem sabemos ser axiomática a máxima que preconiza que “a roda do tempo gira, mas a história não se repete”. Pelo menos em parte, a tirar pelas recentes evidências havidas por aqui nos campos político, econômico e social –; com desdobramentos e imitadores a compor variações em torno do mesmo tema. Ou seja, encetar manobras ora sutis ora truculentas – mas igualmente cínicas – para se perpetuarem no poder mediante uma prática utilitarista da democracia. A que antes, ferrenhamente pareciam defender como arautos da ética e da moralidade pública. No que pese essa mesma geração ter assistido a queda de tiranos de todos os matizes, a implosão de ditaduras genocidas, a evaporação da utopia do “socialismo real” – vez que, enquanto existir ganância no mundo, socialismo real só mesmo entre membros de remanescentes monarquias – com dissolução do bloco soviético e a emblemática queda do ‘muro de Berlim’.

Mas como já dizia um vetusto sábio da minha fé e crença: “na mão de hasatan o pecador não se emenda”. Porque, então, bafejados pelos efeitos – não só estufa – delirantes e, até, alucinógenos, do superaquecimento da economia global e da ‘bolha’ fétida do sistema financeiro –; estão a pontificar de estadistas? A dominar o noticiário internacional recente, uma malta de elementos imaturos e/ou despreparados e inéptos para o poder máximo em uma nação. Os quais, embora especialistas em medidas de caráter populista e em construir imagens pessoais carismáticas junto aos carentes, já começaram – sob máscaras de simpatia e com surpreendente desenvoltura – a colocar suas “mangas”, ou melhor, garras de fora. Até porque são frutos de um antigo e crônico déficit educacional latino-americano -; de culturas e de uma escala de valores – se é que assim pode ser considerada – que em quase nada mudou ou evoluiu na última metade do século próximo passado.

O fato é que nós sessentões estarrecidos estamos a ver e a assistir – não de braços, mas, de ‘links’ cruzados – ao que, como diária o “Maluco Beleza” – “toca Raul!” –: “o bem e o mal de braços e abraços num romance astral”. Uma vez que, quem antes era em tempo integral ‘estilingue-giratório’ do sindicalismo ‘piqueteiro’, ora se transforma numa lustrosa vitrine de boutique, de grife, evidentemente. Quando, com grande desfaçatez, a tal da ganância à qual nos referimos acima – e, sempre ela “velha de guerra” – gesta nas cabeças a tal da “democracia bolivariana”, caracterizada entre outros acometimentos, por um insistente prurido de “plebiscitos e consultas populares” que lhes permitam adulterar Constituições e a corromper os postulados democráticos. Mas, não se enganem, invariavelmente, com o velado – às vezes nem tanto – propósito de perpetuação do seu grupo ideológico (?) no poder. Sob a égide de carcomida e obsoleta concepção de progresso e desenvolvimento -; no que seria seu modelo de governo: autocrático, monocrático, vaidoso e ufanista. Uma panacéia caudilhista para os males da renitente e funesta concentração de renda latinoamericana. E que, ora transforma uma de nossa embaixadas - quantas mais? - em hopedaria das pendengas alheias.

Arriscaríamos identificar - não precipitadamente - nisso tudo uma orquestração que está mudando, nessa parte do hemifério sul, a linha de conduta de Estados antes Constitucionais, em posturas de governo assumidamente aéticas com ações externas perigosamente pragmáticas porque engemonicas. Visto que são notoriamente descompromissados com escalas de valores ético e morais –; especialmente com os pontificados pelos preceitos de nossa tradição religiosa. E, provavelmente a coisa toda já esteja mais além e, até mesmo inclua uma tresloucada aventura de uma “edição revista e atualizada” da antiga URSS do “lado de baixo do equador”. Que, na versão latina eventualmente seria uma, digamos, “URSLB” – União das Repúblicas Socialistas Latinas Bolivarianas. É de arrepiar, mas os sinais de alerta estão aí por todos os lados.

Continuando, salientamos que essas amiudadas ingerências das tais "lideranças" - "Ó coitados", quanta carência nos respectivos quintais! - dessas nações em assuntos internos alheios apontam no sentido de que, esses grupos estão pouco se lixando para o Direito Internacional Público e para a opinião pública local. Essa fragilizada opinião pública, geralmente habilmente cooptada - em sua miséria - mediante assistencialismo paliativo, obras pontuais (que se arrastam indefinidamente), farta propaganda e de tentativas de calar a imprensa. Em outra frente, a interna, essa súcia de pretensos novos caudilhos - figura política que, enquanto no poder, legisla em causa própria para nele se perpetuar - labutam dioturnamente para conseguir o mais ampla e celeremente o aparelhamento e a partidarização das instituições republicanas.

Também vimos constatando que ultimamente ando um tano avesso ao sub-título deste ‘web log’ (blog), cuja definição propugna por uma visão global poética. Ocorre que, além da minha árdua luta renhida pela subsistência - minha e de minha nonagenária mãe -, os rumos preocupantes dados às nossas Representações Diplomáticas e Embaixadas estão a me incomodar enquanto cidadão e, não a me tornar, mas, a me fazer "estar um tanto ou quanto apoético”. Também, até quando essa nossa encanecida geração – herdeira que é “da última flor do Lácio inculta e bela” , como escreveu o Bilac – vai ter que repetir o conhecido verso: “Até quando iremos precisar de ridículos tiranos” –; como em outros tempos escreveu ‘um outro’ Caetano. Mas,é insofismável que vimos e vivemos tempos retrógados de tentativas de ressuscitação do contumaz caudilhismo nos trópicos. Quando, chegamos a 'esse’ (ou seria, esses?) Lula ("carne e unha" com a besta Ahmadinejad), ao Chávez, ao Morales, à Kirchner, ao Correa, à Bachelet -; e agora? ...Chega-se ao Zelaya.


- FORA ZELULAYA da embaixada do meu país! "Lula, Lula, leve essa mula"

domingo, 20 de setembro de 2009

O funk como o degustam



Por George W B Cavalcanti


M
uitas verdades deixam de ser ditas e ensinadas nas escolas pelo condicionamento sócio-educativo dos sistemas político-econômicos nos quais estão inseridas. Uma vez que tais verdades adequadamente assimiladas na formação da personalidade, do caráter do cidadão em formação – e, conseqüentemente, de toda uma escala de valores sociais -, iriam afastar ou reduzir em muito a modismos e consumismos –; contrariando, então, a muitos interesses econômicos confessáveis e, ourtos, inconfessáveis.

Para começar é imprescindível para que uma criatura se compreenda enquanto racional e humano que lhe seja explicado – “tintim por tintim” – que cada um de nós é organicamente um saco de hormônios – e de outras coisas, obviamente – ambulante. E, que principalmente eles, os hormônios, tem um importante papel – senão proporcionalmente predominante – na cronologia do organismo no ciclo reprodutivo da espécie e, portanto, como condicionadores comportamentais.

Estão na raiz das necessidades pessoais e suas buscas. Dos erros e acertos no comum afã por aceitação em grupos e inserção em contextos. Ou, pelo menos como forte indutor de uma série extensa de atitudes individuais e coletivas involuntárias e voluntárias. De "caras e bocas" e de expressões corporais afins. Correlação orgânica e emocional que abre portas para oportunistas, ávidos por fortuna com a manupulação do inconsciente coletivo, expresso nos sucessivos modismos.

Hipocrisias à parte, todos reconhecemos que - em maior ou menor grau – cumprimos natural e sadio papel exibicionista e/ou voyeur, ao menos enquanto fator inerente a garantia de nossa descendência. Conceituações artísticas e reflexões filosóficas e religiosas podem (e devem) ser feitas à vontade. Mas, que o movimento cultural do ‘funk brasileiro’ está inserido nesta dinâmica; ah! Isso tá! E, na minha modesta opinião, como seria inteligente e salutar que este enfoque fosse abordado pedagogicamente.

Inegável é – especialmente em decorrência do caldeamento genético – a abundante beleza física da nossa gente. Notadamente no típico dote corporal herdado das nossas ancestrais africanas e do oriente médio e, expressivamente presente na média da estética que caracteriza biotipo da mulher brasileira. Assim como, as fusões e confusões das nossas matrizes culturais fazem de nós um povo que valoriza, em boa parte, certas evidências estéticas e apelos sensuais por aquí abundantes.

Tanto que, a música funk adquiriu – melhor dizer, ganhou – em nosso país características de movimento cultural com dinâmicas próprias. Entre elas a de aposentar de vez os ‘cofrinhos’ – que nos desculpem as "gringas" – como opção de ‘poupança’ e instituir as nossas "casas da moeda" como o amplo e melhor investimento... E, já tem até seu lema: “Um bumbum não se perde, um bumbum se cultiva” (ou seria: se conquista?). Sei lá... Enfim, onde atualmente abunda a cultura popular superabunda o funk. "Rare baba", funk!



sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Reflexões à toda, ora



Por George W B Cavalcanti*
(título da postagem modificado em 25/02/2012)



Questão de saber
A ignorância é atrevida porque não sabe o que sabe, não sabe o que não sabe, não sabe o que precisa saber e acha que sabe o que o outro sabe.

Rudes costumes
Vivo em minha pátria estrangeiro em terra de rudes costumes.

Atrazocultura
Enquanto o noticiário político só enfatizar personagens e rixas - e não projetos, empreendimentos e realizações -, estaremos plantando o atrazo e 'indo do nada para lugar nenhum'.

Espírito do corpo
Que fique claro que o espírito também tem coração.

Bombar a bordo
A bordo de palavras transitamos desde a degustação da ternura até a indignação cívica, passando pela desconstrução do ridículo.

Com certeza
Sem a certeza do amor a nossa vida não tem sentido.

Temerária lisonja
Reiterados elogios à beleza física - superficial e fugaz que é - ao invés de lisonja deve causar medo.

Super ego
Na maioria dos casos o ego se sobrepõe à doutrina.

Poderoso olhar
Com o nosso olhar podemos ofertar um inverno de tormentas ou um pedaço de céu de primavera.

Vermes graúdos
O político fisiológico corrupto trocado em miúdos: sf. Um tapurú, verme com mandato.

Erócio
O ócio favorece o cio.

Gordura explícita
A má distribuição de educação alimentar criou um novo povo: os 'Visigordos' -; os que já não conseguem esconder a gordura corporal.

Sócios solitários
Graças à escassa mobilidade social - principalmente fora do 1º mundo - a Internet é uma grande rede social, de solitários.

Pragmática cultura
Por uma questão cultural o brasileiro é oficialmente democrata e politicamente autocrata -; não vota no institucional, vota no providencial.

Conhecimento amputado
Uns "dão os anéis para não perder os dedos", outros não gostam de anéis - principalmente dos de graduação - porque lhes falta um dedo.

Espinhoso
O SUS cata as espinhas do peixe que come enquanto os segurados assistem morendo de fome.

No grito
Ao que tudo indica o 'Grito do Ipiranga' teria sido outro: "Incompetência ou morte!"

Suposta gente
País supostamente emergente continua o mesmo: "geme gente"!

Masurpiosas
A 'sociedade de consumo' deu origem à "mulher-masurpial": Sempre sozinha e carregando a prole nas costas ou/e na bolsa.

Sítio secreto
O Senado brasileiro já pode ser considerado 'sítio arqueológico'. Foram encontradas 500 "múmias de atos secretos" com mais de 10 anos!

Cardápio crú
Cozinha francesa e "crusinha japonesa". Afinal a maioria dos pratos nipônicos são servidos crús e não cozidos.

Oitiva na peneira
É preciso escutar os rumores e conhecer os humores, até para não 'morrer de amores'.

Boa lágrima
Nem sempre diga não chore, porque nem toda lágrima é ruim.

Voo de bengala
País há que, é salvo do 'vôo cego' pelo 'piloto automático' do instinto coletivo de sobrevivência.

Bomgevidade
Para que a existência nos seja pródiga e que possamos todos ir mais além, nunca é tarde para se fazer ou desejar o bem.

Causa e efeito
O 'culto à felicidade', progenitor da "teologia da felicidade", é filho genético da massificação da infelicidade pela infelicidade das políticas de governo.

Rebaixamento
Acordos políticos espúrios tornam os participantes irrelevantes e rebaixam a classe que representam.

Solidão e carícia
Há quem troque a solidão por uma carícia e quem à uma carícia prefira a solidão.

Ridículo fingimento 
O mais ridículo no humano é fingir ternura.

Amor e ternura
Há amor sem ternura mas não há ternura sem amor.

Sem acaso
Tenho importantes motivos para crer que, o que tirou os dinossauros do nosso caminho para que existíssemos como espécie não foi o mero acaso.

Sumiço
Sumiu o 'sexo frágil' e junto se foi o relicário da ternura feminina.

Sem clima
Progresso que piora o clima não compensa.

Democratice
Democracia sim, 'democratice' - cretinice democratizada - não.

Balancear
Do ponto de vista prático o orgasmo é, o "outro prato da balança", mais democrático para o equilíbrio emocional.

Becos e vielas
A irreverência sensata põe holofotes sobre becos e vielas da realidade.

Gota poderosa
Uma gota de água também pode brilhar como ouro e pesar como chumbo!

Curvas apreciáveis
Tenho especial apreço pelo estudo das 'curvas móveis', mas não propriamente as oferecidas a um arco de violino quando se tira som de serrote.

Lactoimbecilos
O "IDH" - Igualitária Distribuição de Humilhação - não permite à periferia que a própria se eduque o suficiente-; mas, cada dia fica mais evidente que aprendeu a distinguir entre lactobacilos e "lactoimbecilos".

Sabor de sentimento
O sabor da vida não vem pelo paladar ou pela razão, vem pelos sentimentos.

Tipificando
Existem somente três tipos de políticos: o ideal, o real e o infernal.

Silêncio inteligente
As vezes o gesto mais legítimo que um homem inteligente pode ter é ficar em silêncio.

Melhor viver
Enfim saber viver, é tudo que favorece a qualidade de vida na melhor idade.

Caráter e justeza
O verdadeiro poder de alguém está na força de seu caráter e na justeza de suas palavras.

Inépcia esfarrapada
Toda retórica mirabolante para firmar falta de solidariedade não passa de desculpa esfarrapada de egoísta inépto para a vida.

Do grotão à favela
Nas cabeças das oligarquias só existe uma mobilidade social possível aos menos abastados: do "grotão" para a favela.

Romance futuro
Preservar a natureza é escrever com a própria vida um romance sobre o futuro.

Cenas bestiais
Em geral, excetuando-se pontuais momentos de metanóia e/ou epifania, a história toda é uma sucessão de cenas bestiais que, de longe, supera às dos ditos irracionais.

Ora pongas 
Que saibam todos que: Uns paranoicos nos bisbilhotam; Na covardia diária do anonimato... Kremlin neo-bolchevique tupiniquim? Nova versão da "Gestapo cabocla"? Ou, seriam serviçais do "Consenso de Washington"?

Lembrete lacrimoso
Abençoado é o homem que traz em sua mão a cicatriz invisível de uma lágrima preciosa, porque ela é um lembrete permanente pelo resto da vida.

Respeito é bom
 Diversidade você não é obrigado a aceitar, você é obrigado a respeitar.

Antigena educação
Preconceito se resolve com esclarecimento e educação.

Verdade verdinha
Para saber se um povo é esclarecido é só perguntar ao eleitor o que vale mais, se, uma "verdinha" ou uma verdade.

Indiferenças
A diferença entre o capitalismo e o Michael Moore é que "o capitalismo é o diabo" e o Michael Moore é fianciado com o dinheiro do "diabo".

Sombra asinina
A sombra da burrice sobre a Terra continua a ser maior que a sombra da Lua.

Acuados
Populações latinoamericanas, acuadas entre democracias oligárquicas e caudilhismos populistas, não conseguem atender às exigências da modernidade nem beneficiar-se de seu desenvolvimento.

Caminho e companhia
O bom trabalhador nunca está sozinho e o bem trabalhar faz o seu caminho.

Os outros por si
Há pessoas que para ser precisam ter mais e pessoas que para ter precisam ser mais. Desta correlação decorre a auto-valoração e a aplicada sobre os outros.

Irrenunciável
Mau é quem se dedica a fazer com que a vida, na parte ou no todo, renuncie a sí mesma.

Solidão a dois
A pior solidão é estar com alguém e sentir-se completamente sozinho.

Amizade e cura
Houve um tempo em que a amizade curava mais do que o vinho.

Depósito e propósito
A sociedade não quer saber da honestidade de propósitos mas do dinheiro que se tem para depósito.

Alienação
Quem não conhece a história está fadado a repetí-la.

Vida calada
Nossa vida começa a acabar quando nos calamos.

Forte reabastecer
Na hora sombria a alma forte em D-us se reabastece e ganha forças para resistir e continuar.

Que vier e caviar
Os mais pobres comem o que vier para que os mais ricos comam caviar.

Irracionais ardis
Os irracionais são ardilosos por sobrevivência e os racionais são hipócritas por incompetência.

Alerta questionador
Por ser alerta, cuidadoso e compassivo, sou, como Jó, questionador.

Ferramenta dos poderosos
A lei sempre foi uma ferramenta poderosa para as classes dominantes.

Metade às escuras
Apesar de toda luz do sol é sempre noite na metade do mundo.

Sincera verdade
A sinceridade é um bem maior por conter em sí um bem supremo que é a verdade.

Lição e entendimento
Algumas lições não podem ser ensinadas, você tem que vivê-las para entender.

Íntima verdade
Todo mundo mente porque ninguém conta a verdade sobre si mesmo.

Pureza viva
Sempre soube que o meu coração era puro, vocês só precisavam viver para ver.

Vida melhor
A segunda vida nunca é igual à primeira, às vezes é até melhor.

Inconvenientes
Tem gente que só faz o que é certo quando é conveniente apenas para si próprios; esses, são os maus.

Sábio proveito
Mais proveitoso é sugerir melhorias e soluções do que apontar falhas e problemas.

História e firmamento
No tapete vermelho da história a verdade não caminha por cima, por isto eu prefiro o azul do firmamento.





Rádios de Israel - escolha a estação

Antes de escolher uma rádio desligue outro áudio que estiver escutando.