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domingo, 12 de dezembro de 2010

Um olhar sobre a idade



Por George W. de B. Cavalcanti*


Sem hipocrisia nem falsos moralismo há que se admitir que, por um bom tempo de um tempo bom, pernas abertas é o sorriso da vida - "de orelha a orelha"; nem que seja involuntariamente em sonho ou em febril devaneio. Até porque a vida nos faz sorrir ou chorar em forma de pessoas. E, é essa alternância que traz os tipos inesquecíveis à nossa vida.

Acontece que, se nos detivermos por algum momento a nos esguelhar de alguma esquina do tempo, embevecidos nos contemplaremos em dança com alguma/as dela/s. Quem sabe em um grande e belo salão de baile ao som de um bolero, a rodopiarmos até aonde nos permita a memoria e a emoção.

Porque, o que é essa vida senão degustar no tempo os resultados e derramar por ele nossas lágrimas seja elas de tristeza, ternura ou alegria. Tão certo e justo é isto que, sinto pena das pessoas que não choram. Entendo que, nasceram amputadas de alguma parte importante do espírito.

Além de que entender que para este tipo de congênita deficiência não há prótese possível - seja ela fixa ou móvel, outra lição que aprendemos ao longo do escoar do tempo e do vivenciar é que: à medida que envelhecemos torna-se mais difícil imaginar-se em um futuro com dias felizes.

A não ser pelo caminho da fé – embora que “a mulher da foice” troque chaminés por chame nós – temos que reconhecer que somos todos essencialmente jogadores. Uma vez que, desde tenra idade adquirimos o "vício" de apostarmos em nós mesmos.

E, nisto até perde-se o horizonte e se extrapola com prejuízos generalizados que, provocam solavancos no avanço da história; geralmente da dos outros. Pela cegueira de raciocínio que fazem muitos, figurada ou literalmente, cair do cavalo.

Mas, às vezes é preciso se ficar cego diante do espelho para se desenvolver o tato e outras sensibilidades. Para entender que, embora o tempo tenha o seu ofício, o que realmente nos faz envelhecer é a nossa data de nascimento.

Enfim, é preciso regularmente lançar um olhar sobre o tempo, mesmo que seja de esguelha ou de soslaio. Para que, a despeito da nossa data de nascimento, seja perene o nosso sonho. Porque o sonho é a matéria que ajuda a construir pontes no vazio.
 

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