Por George W de B Cavalcanti*
Longo foi o enredo e gentil foi a nossa corte,
Gasta em longos diálogos sob o forte desejo,
Uma nobre e antiga cortesã foi à semelhança,
Toda ânimo e sôfrega em seu delírio sem pejo;
Em virtual colóquio entre a promessa e deleite,
Tanta distancia a antegozar a seu abraço e beijo,
No escoar do tempo desencantado, ao seu jeito.
Realidade no cotidiano que separa soro e queijo,
Na premissa láctea íntima pacientemente colhida,
Fez na úmida saudade iguaria a buscar ter ensejo,
Transmutou-se num lampejo dando forma a seiva;
Tão peculiar exotismo pleno de aroma e de sabor,
Com típica textura a evanescer bem a seu intento,
Assim me tornou como a pluma levada pelo vento.
Ordenou ao sonho ser a semente de dente-de-leão,
Fagueira semelhança iniciada no sítio casamenteiro,
Foi piscar de olhos a buscar afeto na tarde brumosa,
E, formosa me disse da solidão na qual assim a vejo;
Fungo de penicilina injetou, a sua pura busca de cura,
Resultou-me o poema redundantemente assemelhado,
Esfarelar ao toque forte o veio de bolor verde azulado.
Porque sempre atenta a degustar meu queijo ao vinho,
Ao tanto de cadastro banal e que resultou em repasto,
Para acompanhar o bom néctar purpúreo goela abaixo,
E, aguçar o olfato no buquê de um delírio aromatizado;
O seu palatável drama bem afeito à mesa e não à cama,
Com o cheiro forte da terra que guarda o francês rastro,
Assim concluiu nosso romance, digamos, 'roquefortizado'.