Steven Jobs
Por George W de B Cavalcanti*
Quando se consegue um acumulo pessoal de
conhecimento densamente variado, é quando se pode dizer que se é detentor de um
conhecimento geral. E, é nesse nível intelectual básico que se inclui os saberes
sobre os demais animais; e, os elefantes se sobressaem. Não só pelo grande
tamanho, mas, por demonstrarem sentir a proximidade do fim de seu tempo
existencial individual e, então, buscar um específico lugar adequado para o seu
termino. Assim, por silogismo, não fica difícil de estender esta possibilidade e
capacidade a outras espécies; aos vegetais e, até mesmo, ao mineral.
Até porque todos de uma forma ou de outra estão
estruturalmente mutuamente presentes e, mais que isto, inerentes; a realidade é
sistêmica. Portanto, temos que admitir que essa não é uma prerrogativa
exclusivamente de nós humanos. Há um lugar para cada coisa e cada coisa, ao menos ao final, deve
estar em seu lugar; e, fugir a isso é favorecer o caos e derrocada existencial em
determinada dimensão. Porque em essência e consequência não há um termo absoluto, e
sim relativo; axiomaticamente: há uma transformação.
Em torno disso o animismo forjou o espectro da figura com a longa foice, que colhe e finaliza a existência das criaturas; e, a rondar a vida em seu momento mais extremo e seu ponto
de mutação mais radical. Mas, nas palavras de Steven Paul Jobs (São Francisco,
Califórnia, 24 de fevereiro de 1955 — Palo Alto, Califórnia, 5 de outubro de
2011) somente: "um momento de dar oportunidade e lugar para o novo, para a renovação".
Sim, para a renovação e inovação de ideias, de criação e de estruturação de
novas possibilidades.
Porém, a
aproximação desse espectro geralmente não representa um estado ou condição de
felicidade e de alegria; e, no máximo com dignidade: de resignação. Seja no
tempo, seja no espaço em que ocorre essa, digamos "convivência", nunca é
fácil -; assim como não o é entre os gênios e as pessoas comuns. Até porque,
enquanto uns estão atentos e mentalmente excitados por cada lampejo de
conhecimento e a antegozar saltos de qualidade na realização da vida, os outros
continuam a dormir diante da realidade.
Genialidade e morte igualmente nos
rondam -; esta última à vida de todas as criaturas e a primeira aos medíocres e/ou concorrentes. É que lhes bate uma insegurança e um medo
tremendo ante essas elaborações personificadas; ainda - e por muito
tempo mais - igualmente transformadoras e polêmicas. A primeira para o bem e
aperfeiçoamento, e a última, para o quê? Há quem garanta que, para os bons há
sempre disponível um túnel de luz e para os outros: nem "luz no fim do túnel".
O certo é que, os elefantes se encaminham para
um lugar afastado da manada - geralmente um mesmo local do bioma - para dar o
seu derradeiro suspiro. E, os gênios tem o costume poderoso de, por alguns
momentos, fazer entreabrir os olhos da sociedade; para tentar despertar o
contingente da humanidade adormecida na desinformação, no desconhecimento e na
alienação.
A minha posição nessa história é que, embora a
essa altura da vida eu já tenha acumulado algum conhecimento e relativo domínio da
informática, longe estou de ser um gênio. Mas, bem que gostaria de, como o Jobs, dar a minha parcela de contribuição incluindo extraordinário legado de renovação tecnológica e
empresarial -; e, principalmente, com tão exemplar diálogo com o espectro.
Também sei que, guardadas as devidas
proporções, por aqui também incomodo a muitos que "dormem". Aos quantos a minha vigília
do conhecimento e busca da verdade os assombra; como pesadelo em seu sono
existencial. E ainda que, na condição precária em que sobrevivo, ao menos -
como um elefante -, eu gostaria de escolher descansar dessa lida em um
outro espaço; e, em um outro tempo.
(Ilustrações - fonte: Google Imagens)
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