Por George W de B Cavalcanti*
Vou-me embora pra Brasília
Lá eu vou ter voz e vez
Lá tenho o lobby que quero
Com a turma que formei
Vou-me embora pra Brasília
Vou-me embora pra Brasília
Aqui me chamam de infeliz
Lá há salamaleques e mesuras
De tamoios inconsequentes
Que Joana a mãe da barganha
De um xodó grandiloquente
Vem a ser representante
Da hora de quem lá vive
E tome notícia bombástica
Que darei à massa quieta
Consultarei meu alfarrábio
Meterei o pau sem medo
Entornarei pinga com caviar!
E andando bem estribado
Deixo a lancha lá no lago
Mamo e lavo toda a mágoa
Para apagar da memória
Que no vento vai de fininho
Rota que não se vai achar
Vou-me embora pra Brasília
Em Brasília não me iludo
É usar a carnavalização
Trem bom em cima do muro
De impelir contravenção
Sem efeito eletrostático
Tem debiloide invocado
Tem corruptas infinitas
Para a mesa do jantar
E o contrabando lá não existe
Nem o clone mais perfeito
Quando afoito eu estiver
No estrangeiro vou passear
– Lá sou bacana, quase rei –
Torrarei caixa dois sem remédio
Tanta grana que nem sei
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