Por George W de B Cavalcanti*
Em tempos passados nos quais se dedicava culturalmente mais atenção, tempo e prestígio a conceitos e valores; entendo que, por mais efetivo viés religioso presente na sociedade. Especialmente no nordeste brasileiro e particularmente neste burgo, costumava-se ilustrar a prosa corriqueira amistosa com provérbio, adágio e dito popular. Então, era comum escutar-se em meio a conversa frases como: "Quem a boca do meu filho beija a minha adoça".
A primeira das três mulheres, neta de "senhor e senhora de engenho" que é e conhecedora da rica culinária doceira regional com direito a "caderno de receitas da família", pontificou à doceria. Tanto no grupo feminino familiar quanto junto à conhecidas ou agregadas ao ambiente doméstico. Além de empreendedora, correspondeu à tradição do elo gastronômico conjugal e familiar, com açúcar e com afeto. E, pela ordem, esta é hoje nos seus noventa e dois anos uma lúcida, orientada, ativa e muito querida bisavó.
A segunda mulher, neta de boticários e publicitários, é uma típica nova mulher brasileira com consciência cidadã e um aguçado senso dos seus direitos e deveres. Coloca-se na vida pró-ativamente e generosamente na finalidade social do existir, amadurecendo fascinantemente seus dons, competências e habilidades. E, no justo e apropriado dizer do seu dedicado esposo: "uma leoa na defesa de sua cria". Sábia pela simplicidade, é do tipo que mantém "os pés no chão"; e, quem não gostar dela é porque não é capaz de gostar verdadeiramente de alguém.
A terceira, neta de professores é, ainda, futuro e história a caminhar com as perninhas de uma linda e muito amada menininha. A ela aplica-se plenamente este meu já antigo pensamento: Toda criança é a esperança em si mesma, o nosso passado (todos fomos crianças, frutos do que houve) e o nosso futuro (delas depende a nossa descendência e perpetuidade); e, o nosso melhor presente (nossa vivência agora e regalo às mesmas) é fazê-las felizes. Assim, por toda a infância e pré-adolescência, tudo deve ser somente elogio e incentivo, para que os seus olhinhos brilhem como vivos diamantes.
Enfim, a esta altura certamente o/a caro/a leitor/a já assimilou o casto sentido deste texto. Uma singela, porém, sincera e justa homenagem às atuais três mulheres da minha vida: a minha mãe, a minha filha e a minha neta; esta, agora com sete meses de idade. As quais, evidentemente não me beijam a boca, mas que, com suas presenças e pelo mútuo cuidar, adoçam maravilhosamente a minha existência. Um privilégio e, o meu privilégio.
(Ilustrações - fonte: Google Imagens)
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