Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Elas Sabem dos Seus Pés



Por George W B Cavalcanti*


I
Da rotineira cadeira de balanço,
Eu as vi na telhinha mais uma vez,
Naquele jovem canal do televisivo,
O açodamento daquelas duas ninfas;
“patas de gazelas”! Falaria o Machado,
Se visse tal subliminar discurso sensual.

II
Tenras flores de beleza forte e franca,
Definitivamente graciosas e loquazes,
Tendo a primeiro plano seus plantares,
Como bem apraz às sensíveis e sagazes;
No cuidar e expor as porções desejáveis,
Nesse gênero que é foco desse meu enlevo.

III
Meticulosamente criativas e envolventes,
Com basilar obra-prima em sutis meneios,
Desfaçatez a fazer o detalhe roubar a cena,
Para instigar assim meticulosa lubricidade;
Tida mediante a parte para mera locomoção,
No gestual de seus pés a atender aos anseios.

IV
Entabula seu discurso silencioso nos trejeitos,
Obtendo resposta por graça e obra da estética,
Que combinaram “enquadrar” a primeiro plano,
Cientes da simbologia viva naqueles seus detalhes;
Inquietas anunciantes com a morfologia sugestiva,
O delírio de prazer quando agraciados com carícias.

V
Um convite a doutos nesse palmilhar caminhante,
Em desvendar volúpia nos meandros dos artelhos,
Sentir coração e emoção a pulsar em suas palmas,
A cabeça e o pensar já firmados pelos calcanhares;
De onde partem suas duas refinadas linhas laterais,
À esquerda e à direita ser seu côncavo e o convexo.

VI
Cor, textura, cheiro, gosto na acurada sensibilidade,
Juntos ou semi-separados por num tempo cativante,
Na “grade” da programação a garantir-lhes audiência,
Enfim, ao menos no que me diz respeito é um segredo;
De explorador de universos de praxe ocultos ao inepto,
Alheio às ricas facetas desses bem codificados tesouros.


*Guershon Bem Levi, nome hebraico recebido em tevilah na CINA, conforme a tradição judaica).



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Verde, Amargo e Doce


 Por George W de B Cavalcanti*


Enquanto a vida verdadeira,
Clama a cada dia por eternidade,
A vida inventada provê degradação;
E, a cegueira nos humanos continua,
Nessa desdita da criação maltratada.

Mínima percepção da tragédia é o jogo,
Na forma geométrica que não se derruba,
E, continua enquanto o pano verde encolhe;
Até não mais se ter onde se jogar os dados,
Viciados, do mundo artificialmente criado.

Castelo de cartas marcadas a desmoronar,
Sempre, ao menor vento da falsa verdade,
De tosca, arrogante e enganosa matemática;
Em que se crê numa louca irresponsabilidade,
De pagar prazer com mal sem contar o troco.

Enquanto tudo e com afiado gume,
Sempre oscilou à revelia e à sua volta,
Balançado como espada sobre cabeça;
Profecia tida como mero conto de fadas,
Do mundo que fora perfeitamente criado.


Que haja olhar enquanto há olho para ver,
Painel de saber nesse cósmico firmamento,
Didático e pedagógico em sua grande lição;
A nos bastar como nosso mais perene alento,
Retorno, princípio e lei da forma que é tudo.

Lida que nos permite perceber o entorno,
A energia interna e o equilíbrio da esfera,
Veloz e generosa ante a humana lentidão;
Nela certa coisa faz incerta outra, a nossa,
E, na solidão do espaço, já esboça a reação.


*(Guershon Ben Levi, nome hebraico recebido em Tevilah na CINA, conforme a tradição)

É Freud*! - o homem que mexeu com a cabeça de todos os homens


Org. George W. B. Cavalcanti*


Suas frases célebres:

"Nós poderíamos ser muito melhores, se não quiséssemos ser tão bons".
"Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, se convence que os mortais não podem ocultar nenhum segredo. Aquele que não fala com os lábios, fala com as pontas dos dedos: nós nos traímos por todos os poros".
"Talvez os deuses sejam gentis conosco, tornando a vida mais desagradável à medida que envelhecemos. Por fim, a morte nos parece menos intolerável do que o fardo que carregamos".
"Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefeos a um elogio".
"De erro em erro, vai-se descobrindo toda a verdade".
"O desejo é o impulso de recuperar a perda da primeira experiência de satisfação".
"Em última análise, precisamos amar para não adoecer".
"O instinto de amar um objeto demanda a destreza em obtê-lo, e se uma pessoa pensar que não consegue controlar o objeto e se sentir ameaçado por ele, ela age contra ele".
"A popularização leva à aceitação superficial sem estudo sério. As pessoas apenas repetem as frases que aprendem no teatro ou na imprensa. Pensam compreender algo da psicanálise porque brincam com seu jargão...".
"O intelecto nunca descansa até conseguir audiência".
"O valso é às vezes a veredade de cabeça para baixo".
"Fui um homem afortunado; na vida nada me foi fácil".
"A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são umas poucas palavras boas".
"A renúncia progressiva dos instintos prece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da civilização humana".
"Um dia, quando olhares para trás, verás que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste".
"Somos feitos de carne, mas temos que viver como se fôssemos de ferro".
"Qualquer coisa que encoraje o crescimento de laços emocionais tem que servir contra as guerras".
"Disse Platão que os bons são os que se contentam com sonhar aquilo que os maus fazem na realidade".
"Mentes criativas são conhecidas por resistirem a todo tipo de maus tratos".
"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por sí, tornar-se feliz".
"O estado proíbe ao indivíduo a prática de atos infratores, não porque deseje aboli-los, mas sim porque quer monopolizá-los".
"A sede de conhecimento parece ser inseparável da curiosidade sexual".
"É quase impossível conciliar as exigências do instinto sexual com as da civilização".
"O homem enérgico e que é bem sucedido é o que consegue transformar em realidades as fantasias do desejo".
"Não posso imaginar que uma vida sem trablho seja capaz de trazer qualquer espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho para mim andam de mãos dadas; não retiro prazer de nenhuma outra coisa".
"Um homem que está livre da religião tem uma oportunidade melhor de viver uma vida mais normal e completa".
"A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos".
"Aciência não é uma ilusão, mas seria uma ilusão acreditar que poderemos encontrar noutro lugar o que ela não nos pode dar".
"Qualquer um que desperto se comportasse como nos sonhos seria tomado por louco".
"A crença em Deus subsiste devido ao desejo de um pai protetor e imortalidade, ou como um ópio contra a miséria e sofrimento da existência humana"
"Cada um de nós tem a todos como mortais menos a si mesmos".
"Nenhum crítico é mais capaz do que eu de perceber claramente a desproporção que existe entre os problemas e a solução que lhes contribuo".
"Toda anedota, no fundo, encobre uma verdade".
"A humanidade progride. Hoje somente queimam meus livros; séculos atrás teriam queimado a mim".
"O sonho representa a realização de um desejo".
"O primeiro humano que xingou a seu inimigo em vez de atirar-lhe uma pedra foi o fundador da civilização".
"Seria muito simpático que existisse Deus, que tivesse criado o mundo e fosse uma benevolente providência; que existissem uma ordem moral no Universo e uma vida futura; mas é um fato muito surpreendente que tudo isto seja exatamente o que nós nos sentimos obrigados a desejar que exista".
"Existem duas maneiras de ser feliz nesta vida, uma é fazer-se de idiota e a outra sê-lo".
"Se dois indivíduos estão sempre de acordo em tudo, posso assegurar que um dos dois pensa por ambos".
"A grande pergunta que nunca foi contestada e à qual ainda não pude responder, apesar de meus trinta anos de investigação da alma feminina, é: o que quer uma mulher?".
"Deixa de lado todos os seus afetos e também sua compaixão humana e concentra as suas forças espirituais numa única meta: realizar a cirurgia o mais de acordo possível com as regras da arte".
"As vezes um charuto é apenas um charuto".
"Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações".
"O homem é dono do que cala e escravo do que fala".
"O pensamento é o ensaio da ação".
"Se queres poder suportar a vida, estás disposto a aceitar a morte".
"Que contraste pertubador existe entre a inteligência radiante de uma criança e a fágil mentalidade de um adulto mediano".
"A religião e compatível a uma neurose da infância".
"A verdade a cem por cento é tão rara como o álcool a cem por cento".
"Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada!".
"Se eu pudesse te dizer aquilo que nunca te direi. Tu poderias entender, aquilo que nem eu sei".
"A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas."


* Schlomo (Salomão) Sigismund Freud foi o criador da psicanálise. Nunca renegou sua orígem judaica, mas também nunca praticou o judaísmo. Aliás, não aceitava nenhuma religião. Contudo, ao contrário de muitos intelectuais vienenses marcados pelo "ódio de si judeu", Freud, judeu infiel e incrédulo, hostil a todos os rituais e à religião, nunca negaria sua judeidade. Como enfatizou Manès Sperber, ele continuaria sendo "um judeu consciente, que não dissimulava a ninguém sua origem, proclamando-a, ao contrário, com dignidade e frequentemente com orgulho.


Fonte: volume 4 da coleção Homens Que Mudaram A História. CT Editora, São Palulo - SP. Contendo resultados de consultas a: ROUDINESCO, Elisabeth e PLON, Michel, Dicionário de Psicanálise. JONES, Ernest, Vida e Obra de Sigmund Freud.


**(Guershon Ben Levi, nome hebraico recebido em Tevilah na CINA, conforme a tradição



Do Cotidiano ao Futuro



Por George W B Cavalcanti*


A resposta sempre esteve,
E estará,
Dentro de cada um.

Mas, para encontrá-la,
Há que se viver,
Para entender.

Mesmo a levar toda vida.

Uma vez que,
Todo mundo mente;
Porque deixa de contar a verdade,
Sobre si mesmo.

Entenda, pois,
Você só precisa viver;
Para ver que algumas lições,
Não podem ser ensinadas.

Enfim, perceber,
Como eu sempre soube ter,
Um coração puro.

E, que a segunda vida,
Nunca é igual à primeira;
Pode ser até melhor.

Só depende de você.


*(Guershon Ben Levi, nome hebraico recebido em Tevilah na CINA, conforme a tradição)


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A mulher centrifugada



Por George W B Cavalcanti*


"A grande pergunta que nunca foi contestada e à qual ainda não pude responder, apesar de meus trinta anos de investigação da alma feminina, é: o que quer uma mulher?"
(Sigmund Freud)
Percebemos que a mulher contemporânea tem, a cada dia, menos interesse ou tempo para constituir e edificar família a partir de uma sua busca por um ser que, há tempos, se convencionou chamar de ‘homem de bem’; mais especificamente, o bom caráter de ‘ficha limpa’. Parece-nos que ela o tem substituido por um impermeavel interesse -; dedicada a ‘vencer na vida’ junto ao empregador, ao patrão, ao chefe, ao subordinado e, especialmente, ao seu agente financeiro. E, eventualmente, voltada para companhias sexuais, ou, macho reprodutor estrategicamente admitido para fins de parceria econômica não necessáriamente financeira -; ficando, pois, a geração de prole, condicionada ao seu esquema de vida. Ou seja, - enfocadas as classes 'a', 'b' e 'c' especialmente - ela parece já não ter "tempo a perder" com 'antigas' divagações românticas decorrentes de mais acuradas prospecções transcendentes neste âmbito da vida.

Sua demanda reprimida por liberdades a faz reiteradas vezes "cair como um patinho" nas engrenagens da máquina – e na ‘orgia’ – do consumismo, empurrada que é pelas vigentes e insuspeitas ‘materiolatria’ e ‘sensoriolatria’. Déficit existencial este que, em saudosos tempos de maior rigor ético e contextos econômicos mais modestos, as compeliam a ‘jogar pedras’ nos telhados masculinos. Na imagem do macho tradicional e zeloso de seu papel de ‘cabeça do casal’. Intenção esta por muito tempo sublimada – não sem uma postura de altivez e pretensa superioridade – mediante um jargão de aforismos de senso comum feminista do tipo: “Isso é coisa dos homens”! Ou, “Ou todo homem é cachorro”! Eu mesmo cheguei a presenciar ‘moça de fino trato’ a proferir tais vitupérios.

Então, me vem à mente a máxima de um grande pensador que diz que “o senhor da razão é o tempo e não a autoridade”. Ora vejam que, ao correr da inexorável linha existencial da história, o que acontece? Qual é o resultado dessas “pendengas” nos dias atuais? Pois sim – ou não, como diria o Caetano (o Veloso) –; o que se assiste nos palcos da vida feminina e feminista e, a que ponto chegou-se? Ora – e bota reza nisso –, são as “mulheres melancia”, “samambaia”, “melão”, “bom-bom”, “moranguinho” e outras ‘hotifrutificadas’ digeríveis em diminutas indumentárias. A explicitarem de modo impactante – com ou sem fundo musical – os seus monumentais posteriores em acintosas poses e coreografias, para que se lhes enxerguem, as amígdalas, provavelmente.

Enquanto isso a manada, digo, “a galera” - composta em sua maioria por mulheres - pouco chegada a reflexões , tangida pelos batuques e ensandecida pelo frenético ritmo – desde a “fila do gargarejo” até a portaria – responde ao apelo das protagonistas, em um só coro, como é de praxe: “Uh! Uh! Uh! Só as cachorras! As preparadas! As 'popozudas'!”. É assim; parece que a ala feminina ‘monetarizou-se’ de vez... Na base do: “meu ‘reino’ por cinco minutos de fama... E, essa coisa toda aponta para o que se pode entender como processo massivo de cooptação geral, encetada pelo ‘espírito de competição’ que as conduz cegamente a um, digamos, ‘darwinismo sexista’ predatório da figura bíblica do varão.

Mas, será que nessa rotina de modismos sem autocrítica e ao cederem ao fascínio da dita ‘carreira’ compatível ao consumismo, não estariam abdicando de sua prerrogativa de zeladoras da família e da paz no lar? Não seria isto um engano a alimentar a tragédia –; de filhos deixados à morte esquecidos dentro do próprio carro? O sucesso parece servir-lhes de anestésico e embotamento do outrora decantado bom senso feminino. Essa banalização, exibicionismo apelativo, agressivo e revanchista, resulta em um nivelamento por baixo e negação do que a mulher zelava como virtudes. Prevalece o eufemismo cínico do “ficar”, em nome de uma suposta liberdade -; e, cenário de ausência de limites e confusão social de papéis. Faz sentido que tudo isso seja um gritante alerta de iminente implosão da civilização e da (des)humanidade como a conhecemos.

Para os mais sensíveis e atentos perceptível é - desde que o mundo é mundo e gente é gente - que, o ápice da estética corporal feminina coincide com o apogeu de seu período de vida reprodutiva. E, que é elementar que por trás de sua reconhecida compulsão pelo exibicionismo existem heranças atávicas e instintivas que em boa medida burlam a consciência em prol do bom êxito do projeto natural de continuismo do ser e de continuidade da espécie. Assim, embutiria no que travestida de liberdade objetiva não passaria, na verdade, de um eufemismo biológico que se vale de uma psêudo ingenuidade -; aspecto este,vale lembrar, muito bem aproveitado comercialmente pelo apetite voraz da economia de mercado, é óbvio. Até porque já dizia o meu saudoso pai: "Se a polícia deixa a mulher anda nua na rua!". Pelo visto falta pouco.

Repito: não seria o “ficar” em nome de uma suposta liberdade a moldura depreciante em um quadro de confusão existencial? Não seria tudo isso falta de rumo e extertores de um exaurido modelo de sociedade? Há nisso tudo uma histórica 'reação em cadeia' em detrimento da própria humanidade. Senão, por que a globalização, a universalização do saber, o avanço da ciência, a sofisticação da tecnologia, a rapidez de comunicação, a multiplicação das profissões não reduz a criminalidade em sua perversa e cada vez mais diversificada tipificação? E, não adiantam desculpas, porque a “galera” só amansa quando está no "fundo do poço". E, nesse contexto os mega-templos das “igrejas de resultados” estão aí para isso mesmo; oportunistas e 'convenientes' ao suprirem a inépcia estatal. Para remediar - faturando alto - o mal dos escândalos e as recorrências da negligência dos poderes (des)governamentais para com a responsabilidade social.

Vale repensar porque a mulher toma como elogio ser chamada de “avião”, de “máquina”; e, como tal, se compraz em ser diferenciadamente “poderosa”. Nada mais enganoso e dissoluto porque, quanto mais negligenciam esposarem valores morais e éticos para a educação doméstica de seus filhos. Quanto mais abandonam o padrão ético do “velho” homem de bem – do tzadik (aquele que busca sinceramente parecer justo aos olhos do Eterno) – mais perde a mulher a sua consagrada virtude de repositório moral da sociedade. Aquele precioso relicário espiritual feminino vai sumindo ao apertar de um botão, triturado nessa 'centrífuga social' ou 'extrator de suco materialista'. Quando, de "fruta" a suco é um passo para se tornar o rejeito, o bagaço.


*(Guershon Ben Levi, nome hebraico recebido em Tevilah na CINA, conforme a tradição)


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