Saudação

Olá! Este é um espaço de escrita criativa com um toque de humor, e expressão da minha vontade de me aproximar do poder revelador das palavras. Testemunho do meu envolvimento com a palavra com arte, e um jeito de dar vida à cultura que armazeno. Esta página é acessível (no modelo básico) também por dispositivo móvel. Esteja à vontade.

domingo, 18 de março de 2012

Sintonia aquosa



Por George W de B Cavalcanti*


Quero o acorde da revelação
pelo poder que renova a vida,
com a avidez de colibri tardio;
pairar no azul, e com emoção
sorver a saliva da flor preferida.

Sigo a leveza dessa harmonia
sobre o solo que me abastece
e, elevo meu clamor aos céus,
compositor de aquosa sinfonia;
quando seu concerto acontece.

Quero nadar nas claras retinas,
nesse lago de cristalina alegria,
aspirar os seus florais humores,
que a gotejar perfumam a vida;
ao compasso dos seus favores.

Sigo a esquecer os desenganos,
a palmilhar larga avenida de luz
nesse cetim que o luar estende
sobre água de plácido oceano;
suave maré que poesia conduz.

Quero a leve e fugidia espuma,
a esférica gota no ar suspensa,
essa mínima réplica do planeta;
refúgio azul da vida que pensa
e que, melodia retira na bruma.

Sigo a percussão de tambores 
e o solo de um violino dolente,
enquanto chora orvalho a folha;   
e ganho na coroa de respingos
redenção de coração contente.

Quero escutar música imanente,
viva e presente no sonho antigo,
êxtases pela conjunção inerente
desse tanto com o todo já vivido;  
redescobrir tal amor transcende.

Sigo e busco rosas nessa época     
de timbre e inspiração impressa
na inerência da emoção poética;
todo vácuo se desfaz na música,
na canção que a razão expressa.


(Imagens - fonte: Google Imagens)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Maior e branco (reflexões ~ ed. 4)


 Por George W de B Cavalcanti*
(título modificado em 05/07/2012)


Maior bandeira ~ Com tantos "jogos enlameados" acho que a essa altura do "campeonato" já está mais do que na hora de lavarmos a bandeira brasileira. (17/01/202)

Inútil usufruto ~ A supervalorização do fútil em outra coisa não resulta a não ser na multiplicação de inocente útil para usufruto do culpado inútil. (17/01/202)

Praga de "nóia" ~ No Egito a praga teve nuvem de gafanhotos, no Brasil ela tem nuvem de "nóias". Das duas uma, por aqui ou está faltando faraó ou está faltando Moisés. Eu fico com a segunda alternativa. (18/01/2012)

Chamas virtuais ~ Querer cesurar a Internet é o mesmo que tentar retroceder no tempo para reescrever a história com uma nova destruição da Biblioteca de Alexandria (19/01/2012)

Sexo sonâmbulo ~ Famigerado reality show inaugura "sexo sonâmbulo" no horário nobre da TV brasileira. Então, a bem da moral e dos bons costumes sugiro massiva campanha na grande mídia com o lema: "Se BBB, não durma!" (19/01/2012)

Censura e autoritarismo  ~ Essa atual onda de correção e tutelagem da Internet, imprensa e televisão; mal disfarça a implícita intenção de censura, e exala um forte odor de resquício do velho e perigoso autoritarismo. (19/01/2012)

Fiasco ~ Dos pontos de vista natural e social o gerenciamento humano do planeta é um verdadeiro fiasco. (23/01/2012)

Vaidade e consumo ~ Ser consumista É: comprar o que não se precisa, como dinheiro que não se tem, para impressionar gente de quem não se gosta; por inveja, para alimentar a própria vaidade ou por carência afetiva. (23/01/2012)

Ouvidos moucos  ~ Todo dia é o destampar em nosso país de um novo escândalo político tresloucado e pútrido. Prece até que não mais existe quem dê ouvidos à sensatez e à moralidade. E, assim, os justos, os profetas e os patriotas são as vítimas preferenciais do crime político contra a segurança nacional. (30/01/2012)

Evento e vontade ~ Indiferentes à vontade humana os eventos naturais desde sempre precedem aos homens e continuam apesar e mesmo depois destes. (02/02/2012)

Conduta e coisas ~ Desde que exista história é da conduta humana que depende o estado das coisas. (02/02/2012)

Cegueira social ~ A estratégia do oportunismo político cínico é sempre a mesma: na oposição adotar cegueira histórica e votar sempre contra tudo o que represente avanço econômico e social para os próximos dez a vinte anos; na situação, adotar "binóculos" de pragmatismo e propor ao país tudo aquilo contra o que votou contra, a fim de alcançar e se manter no poder indefinidamente. (03/02/2012)

Luz detergente ~ A história confirma que, nos poderes constituídos como na natureza, a luz do sol é o melhor detergente. (03/02/2012)

Poesia e vida ~ Pode ser que a minha poesia não seja considerada literatura, mas, com certeza é vida. (03/02/2012)

Leve metáfora  ~ Nos tornamos mais leves mediante o pensamento metafórico. (03/02/2012)

Lua e varanda  ~ Metaforicamente, observo a humanidade como se o fizesse desde a lua, sentado em uma pedra qualquer por lá. E, quando contemplo a natureza em toda a sua exuberância, é como se o fizesse debruçado em uma varanda especial no céu. (04/02/2012)

Linha de pipa ~ Pessoas são como pipas: quando sobem demais se faz necessário cortar-lhes a linha para que, no retorno, não nos contaminem com as impurezas que absorvem nas altas camadas. (05/02/2012)

MeTelórico ~ Pelo jeito que as coisas vão no país da corrupção acho que tem muita gente por aí querendo trocar o Hino Nacional pelo hit 'meTelórico' "Ai Se Eu Te Pego" (05/02/2012)

Cores da busca ~ Admirar a um quadro de solidão pintado com as cores da sincera busca, equivale a respeitar uma abra produzida pela arte do encontro. (05/02/2012)

Vida e homens ~ O problema é que a vida é santa e os homens não; mas, este é um problema dos homens e não um problema da vida. (05/02/2012)

Dom e história ~ O poeta é um cidadão ilustre que, pelo seu dom e à sua maneira, dá vida à cultura armazenada e agita a história. (05/02/2012)

Percepção ~ As pessoas se deram conta de que a vida sem poesia é mais cansativa e de que estão cansadas de uma vida sem poesia. (05/02/2012)

Ler sem pressa ~ Penso para ler e leio para pensar; e, assim, não tenho pressa de ler e estou sempre lendo. (05/02/2012)

Branco ~ Só não lê em branco quem lê e reflete sobre a realidade. (05/02/2012)



(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

terça-feira, 13 de março de 2012

Gilda


Por George W de B Cavalcanti*
(texto atualizado em 16/02/2012 as 09:22)


Saudade, saudade...
Sensação possante,
envolvente e impactante;
o poder de uma emoção tardia.

Nem sempre relembrar é viver,
às vezes apenas sofrer, de novo;
se o cotidiano não a favorece
com uma dose maior de alegria.

Assim recorremos a ela
quase sempre sem perceber,
outras vezes conscientemente
em saudade ainda mais antiga
buscamos conforto e guarida;
como agora, ao relembrar Gilda.

Nos conhecemos na galeria
na convenção da frente política,
com as limitações de antanho;
as quais, ainda agora se mantém.
Mas, sei que no quesito virtudes
eramos intensos, e grandes amigos;
superlativos em plena adversidade
pelo forte vigor em nossas atitudes.

Cidadã inteligente,
consciente e politizada,
loquaz e sem cerimônia.
Podia ser Josefa ou Antonia
mas, era a minha amiga Gilda;
a aguerrida líder comunitária

Mulher de cor, negra vivaz, 
brasileira do povo, lutadora,
a ensinar-me pela convivência
que, em termos de humanidade
não existem raças e sim espécie;
com mais ou menos oportunidade.

Era extremosa ao incutir nos filhos 
amor à dignidade, vitória no saber,
pela valorização dos seus estudos,
para a graduação e prosperidade;
um belo exemplo de superação
para toda a negra comunidade.

Certo dia saímos
num feriado qualquer
em meu modesto carro;
dinheiro curto e ideais longos
e, combustível sempre quotizado.

A compartilhar outra vez
a alegria cotidiana barata
levamos suas crianças à praia;
a sorrir e envolvidos pelo afeto
que nem mesmo o tempo desgasta.

Cena que relembro embevecido,
com minha memória em ousadia,
neste passeio da alma pelo tempo;
sempre a fazer-me beber o novo
na fonte, o amargo-doce da vida.

De outra feita, nós dois
fomos pelos botecos da orla
a pesquisar os melhores petiscos;
e comida de panela para degustar
com a pureza cúmplice da amizade.

E, em meio ao diálogo engajado,
comentar a nova música popular
ou assistir ao folclore apresentado.
Até entre goles havia forte reflexão
ao discutir a cena política de então;
esperanças de melhor sociedade,
entre etílicos arroubos de emoção.

Mesmo em meio àquela realidade,
o fruto podre de presunçosa elite
inveterada e contumaz excludente,
a resistência brilhava como ouro;
e havia  memoráveis momentos
para guardarmos como tesouro.

Aquele amanhecer junto ao mar
em roda de samba no varadouro,
a Gilda leve, solta e livre a cantar
senhora de si de frente para o sol,
naquele dia que pegava no tranco;
quando ela banhada pela maresia
me dizia: "vamos levar esse povo
à vitória, meu irmãozinho branco".



(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

quarta-feira, 7 de março de 2012

Noite e dia


Por George W de B Cavalcanti*


A noite jamais prende
claridade de uma vida
e a luz nunca será sua.

Mira a face iluminada,
a renovar eternamente
seu precioso romance;
flerte do sol com a lua.

Belo apogeu no sereno
de tom pastel prateado
se mistura às intenções
de acetinadas sombras;
a relevar, grandemente,
imperfeição nua e crua.

Junção de poço e fonte
é luz de astro que some
ante a singeleza mutante
que a desfilar pelas ruas,
persegue a cada amante;
para ganhar sua atenção
e emprenhar de olhares,
pelo que clareia montes
ou então revela os vales.

Sempre silente ouvinte
a tanto ousado segredo
da mais velada ousadia
que escuta longamente;
queixume na escuridão,
até traduzir-se em mais:
retomar a cor da alegria.

E, depois fugir no tempo
para restaurar o seu véu,
na condição de boa mãe
entre dores viver alegria
e, dar à luz um novo dia;
refazer claridade no céu.

(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Atento e transparente ( reflexões - ed. 3)


Por George W de B Cavalcanti*
(título modificado em 05/07/ 2012)



Atento e altivo - Sou baixinho, mas, atento ao entorno; altivo e vigilante como um suricato na savana. ~ (em 17/12/2011)

Ideal inponderável - A vida nos ensina grandes lições, tanto pelo idealizado que não alcançamos como pelo inesperado que se realiza. ~ (em 17/12/2011)

Intimação e fé - Pendular, a natureza humana oscila entre a intimação dos hormônios e a convocação da fé; entre o desatino e o pecado, entre o gozo e a absolvição. ~ (em 20/12/2011)

Favela nela - Se a "Supernanny" não vai à favela criemos então a Supernannela, a supernanny da favela. ~ (em 20/12/2011)

Excesso e falta - A dicotomia religiosa é o excesso de textualistas e a falta de contextualizadores. ~ (em 20/12/2011)

Vidas roubadas - A corrupção na área da Saúde é provavelmente a mais nefanda e perversa, porque além do nosso dinheiro rouba também a nossa vida. ~ (em 22/12/2011)

Espírito e redenção - Pessoas mesquinhas de espírito - sim, porque a mesquinhez é provavelmente um defeito genético - [embora haja evidências de sociopatia adquirida] desconfiam até dos anjos só para não dar intimidade a alguém; não ter que comprometer-se, pela amizade, à compaixão, à solidariedade, ao compartilhamento e à redenção. São seres amputados da sensibilidade, capengas do relacionamento afetivo; porque, este, inclui, requer e exige como condição essencial a capacidade de empatia - no sofrimento e na alegria do outro. E, no meu entender é pela reeducação, admoestação, sensibilização (tarefa difícil) e assimilação por parte desses indivíduos de uma nova visão de ser e existir que se constrói uma nova história, um novo mundo; mais justo e, portanto, mais humano. Enfim, acredito que agora [e sempre] seja uma boa hora para se refletir, se posicionar e se agir sobre esta realidade. ~ (em 31/12/2011)

Bem poético - A poesia é vida e como um bem é eterna. ~ (em 03/12/2011)

Insurgente fagulha - Sou um espírito insurgente enquanto fagulha da chama imortal da verdade. ~ (em 31/12/2011)

Valores e gratificação - O transe da humanidade, notadamente por aqui, é aguda inversão de valores; a cada dia mais, ser uma pessoa boa não é garantia de gratificação. ~ (em 04/01/2012)

Natureza do sistema - O sistema de vida humano é inteiramente contrário ao sistema de vida da natureza; sendo, pois, o homem, vítima de sua própria inteligência. ~ (em 04/01/2012)

Charme equivocado - O brasileiro precisa urgentemente se livrar do seu próprio equívoco de que ser relapso é ter charme. ~ (em 06/01/2012)

Demência da crise - O óbvio ululante: "A Universidade de Londres chegou à conclusão de que a humanidade está ficando demente mais cedo - já a partir dos 45 anos". [Deve ser por conta da crise deles...]. ~ (em 06/01/2012)

Visão e merecimento - Quanto melhor a pessoa for mais visada é; menos do que merece pelos bons e mais do que deve pelos maus. ~ (em 06/01/2012)

Logro e chance - O inimigo da verdade sabe que diante de um justo não tem a menor chance num confronto honesto, e apenas pela ausência do contraditório logra estabelecer a mentira. ~ (em 09/01/2012)

Distância e julgamento - Na distância, como na morte, a ausência é uma péssima advogada. ~ (em 09/01/2012)

Aparições - Já vi que, nesse país, para um homem de bem aparece todo tipo de "marmota". ~ (em 09/01/2012)

Esférica vida - O símbolo da vida por excelência é a esfera; a perfeita expressão da Lei do Retorno. Não existe vida que não esteja agregada à forma esférica. E, esta não permite ser tombada; ela gira sobre si mesma, ganha aceleração e, até, muda de direção; mas, tombar, jamais. Quisera que a maioria dos meus semelhantes à essa altura houvessem compreendido, ao menos, esta verdade elementar universal. ~ (em 09/01/2012)

Claro repúdio - Que fique bem claro para os políticos e poderes de plantão que, nós cidadãos comuns idôneos, repudiamos e combatemos a corrupção e a criminalidade como opção de geração de emprego e renda para o povo brasileiro. ~ (em 12/01/2012)

Conhecimento e conduta - Certas verdades são permanentes e imutáveis; apesar dos que não as queiram ou as desconheçam: Que a conduta humana é algo extremamente complexo e que, o mais humano é ser humildade diante da maior complexidade do Universo. Portanto, na aceitação destes axiomas somos todos ávidos e permanentes aprendizes, quando recíproca e amorosamente verdadeiros. ~ (em 15/01/2012)

Máscara transparente - O maléfico é covarde e geralmente não se assume, mas, sua enganosa máscara é transparente porque se trai no excesso de cavilação que, costumeiramente utiliza para tentar esconder os seus maus propósitos. ~ (em 17/01/2012)


(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

domingo, 4 de março de 2012

Amor e dor (a Robinson e Miriam, ‘in memoriam’)

Miriam e Robinson Cavalcanti, unidos no amor, na fé e na partida desta vida.


Por George W de B Cavalcanti*

Após esses dias e noites turbulentos que tiveram em seu bojo as mortes - precoces, trágicas, violentas e sofridas - do meus amados irmão Robinson e da sua esposa Miriam, esforço-me para retornar à minha singela militância em prol do conhecimento e da poesia. Ainda que compungido, espero conseguir razoavelmente registrar aqui o meu profundo pesar pelas irreparáveis perdas. Ao tempo em que busco forças para levar adiante neste espaço virtual a minha mensagem de fé e de esperança.

Imaginem, e vos asseguro, não está nada fácil voltar à normalidade diante do abalo provocado por esse transe existencial que atinge de forma avassaladora tanto à todos respectivos familiares como aos companheiros de jornada, fiéis congregados, correligionários e amigos. O vazio emocional e afetivo que deixam é imensurável e a lacuna nas trincheiras do bem comum é inestimável.

Suas vidas, limpas, idôneas e edificantes foram, desde sempre marcadas pela honestidade de propósito, altruísmo e abnegação aos mais elevados ideais. E, os professaram, viveram e propagaram emoldurados por um modo todo especial de busca pela realização da justiça social e acolhimento aos menos favorecidos. Sem preconceitos ou exclusões, ante a preeminência inclusiva, redentora e salvífica para toda a humanidade. 

A nós, na devida proporção da proximidade e da parceria, cabe renovar as nossas forças nutridos intelectualmente e espiritualmente no bom exemplo dos mesmos. E, conforme a capacidade e merecimento de cada um darmos continuidade, lato e stricto senso, à atuação do mesmos no conjunto da nacionalidade e no panorama internacional. Pela força de suas biografias e na obra especial legada por eles com honestidade e justeza.

Que o Eterno os abençoe e guarde para o momento em que, certamente na presença redentora de Yeshua HaMashiach (Jesus O Messias) receberão ambos o galardão e um lugar em Seu Olam Rabá (mundo vindouro) pela misericórdia e para a honra e glória de HaShem (O Santo Nome) Deus uno e único rei do Universo. 

Enfim, que as Divinas Consolações sejam sobre todos nós que os conhecíamos, amávamos e repeitávamos; minorando a dor pungente da saudade eterna. E, transformando as nossas lágrimas em pérolas nas coroas de glória destes dois justos que, combateram o bom combate, completaram a carreira e guardaram a fé. (2Tm 4.7)




(Ilustrações - fonte: Google Imagens)

Rádios de Israel - escolha a estação

Antes de escolher uma rádio desligue outro áudio que estiver escutando.