Por George W de B Cavalcanti*
Escutar o escoar da existência
dessa areia que conta o tempo,
da civilização sem consistência
seguindo torta no seu caminho;
deixando no rastro a evidência
de imensa colcha em desalinho.
Achegar para assim nos balizar
por um ângulo de outro escopo,
mas nem sempre a nos sinalizar
de algo de bom em nosso copo;
os cubos de gelo a nos suavizar
essa sensação de estar no topo
Resta saber se a nossa história
toma esse trem em movimento,
que nos levaria à alguma glória
júbilo por algum similar evento;
a colocar orgulho na memória
e esboçar no todo meu intento.
O observante é ser observado
ao cair as máscaras do tempo
chegar o dia e tudo é revelado
o poder tem seu contratempo;
a cessar o que vai enovelando
com elã em cada pensamento.
Nas sombras urdem parcerias
viciosas, vis parceiros astutos
a erguer em nossas cercanias
as muralhas de ardis vetustos;
produzem intensas cacofonias
ao abafar o clamor dos justos.
É macabro bailar de imagens
em gasto filme preto e branco
com seu deserto são miragens
que, da falsa cena eu arranco;
para prosseguir outras viagens,
na força do sentimento franco.
Razão e tempo tiram máscara
a revelar quase oculta metade
da realidade que se escancara
suja dos engôdos da maldade;
vem luz do bem e desmascara
o modernoso da modernidade.
Realidade que toma de assalto
o cotidiano 'diálogo de surdos'
e nas esquinas há mãos ao alto
por inepta gestão de absurdos;
cena de cangaceiros do asfalto
nessa nova guerra de Canudos.
Um sério compromisso conduz
a avaliar dia a dia nossa história
pelo brilhar da mesma forte luz
não desistir ou pedir moratória;
porque desde sempre ela reluz,
mesmo a lampejos na memoria.
Serão nulas todas as entidades
que useiras de abjetas condutas
vezeiras de todas suas vaidades
recorrentes são na força bruta;
ninguém afronta razão absoluta,
nem oculta por inteiro verdades.
(Ilustrações - fonte: Google Imagens)
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