Da. Gerusa (92); luto, pranto e reza no enterro do filho e da nora, em 29.02.2012
Por George W de B Cavalcanti*
Noites que me arrastam em nostalgia,
como a perseguir gemidos pelo mundo
e a empurrar lentamente os meus dias;
que os perco e ganho a cada segundo,
ao alcançar vitória em meio às agonias.
Enquanto prossigo a resistir ao açoite,
e, a mata frágil esconde ecos da serra
sem o som dos tambores da liberdade
há muito calados na barriga do monte;
o refúgio, na fuga ao chicote no lombo.
Nesse vale de onde sustento arranco,
a terra clama pelo sangue derramado,
há nódoa, desde tempos de quilombo
até o cotidiano das viúvas lado a lado;
guardo o fortim de quilombola branco.
Ser ingênua criança, caboclo de lança,
talvez o leigo monge eremita internauta
que na solidão à emoção faz cobrança
a colocar antiga locomotiva nos trilhos;
tocar as notas de partituras sem pauta.
Sobre solo sagrado há guerra libertária
além da porta fechada por exílio velado,
o noturno lamento é flexa incandescente;
minha lágrima de fogo sai do imaginário,
ao rezar minha mãe pelo filho pranteado.
(Ilustrações - fonte: Google Imagens)
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