Por George W de B Cavalcanti*
Toda a empáfia é só promessa e propaganda farta,
Em se fazer vistosa como se fora algo permanente,
Maldade e olho gordo nessa funesta farra de cobiça,
Nem tudo o que é belo é bom, por mais que pareça;
Ente maldoso não sabe o quanto nos é transparente.
Beleza má não consegue enxergar o seu mundo falso,
Em essência, se a tem, é a sina do pensar equivocado,
Achar-se o esperto e ao outro um tolo é coisa de tarado,
O concurso fútil e fraqueza de uma alavanca sem calço;
Sem nobreza, é beleza que a espuma deixa no passado.
Apenas restolho quando a maré recolhe os carnavais,
Por mais que de dia tenha cores e lantejoulas na noite,
Sempre há quem cate a sujeira e a estenda em varais,
Um olhar acurado que rasga fantasia como fora açoite;
Engodo precipitado às escuras profundezas abismais.
Mas, boa beleza procura achar em si a beleza do bem,
Busca e favorece assuntar outro tanto bem que existe,
No mistério do olhar gentil que transmite tanta certeza,
A bondade a pulsar mesmo no silêncio da coisa quieta;
Toda a insistência da vida que renova tanto a natureza.
A bondade é saudável, oferece o seu olhar serenamente,
Mas, o da maldade é irrequieto e arredio à contemplação,
Não condiz à verdade e contradição sempre transparece,
Há treva contra luz no seu pensar em guerra permanente;
Notório jeito, típico de quem acabou de fazer um mal feito.
O tanto ser, maior do que o ter, é o que em verdade importa,
Justo é o seguir firme, com olhar sereno e o cabelo prateado,
Resistir aos que a memória não perdoa e o passado condena,
Tão leigos em verso e prosa, mas versados em fechar a porta;
Zumbi da serra do vale, em ilha de atraso, é grito não escutado.
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