O que acontece em espaços de humana interação tem lá os seus equívocos; faz parte,
Como em todo romance, só o tempo o valora, o consagra ou reconhece,
Uma relação decantada requer tempo, é assim que se constrói;
Muitas vezes atravessando épocas em sua história.
Mas, inegavelmente tem seu charme como todo personagem que preze a consagração,
Varia em sua forma e no figurino, mas, sempre com a causa e o efeito da arte,
Tantos são os cenários em que é colocado, em roteiro radical endurecido;
Esvaziado, emagrecido, plano e reto ao feitio de uma tábua.
Em dimensão maior ou mesmo pequeno, sua textura funde-se com o tecido próximo,
O que o envolve, o que se revolve ao redor ou o que com o social interage,
Desejado é vestido de novo pano e constantemente afagado e abraçado;
Tanto faz a amplidão do cenário, porque sempre o repouso emerge.
Séculos a fio quem sabe, seja no calor ou no frio, tamanho idílio se conte em milênio,
Porque é marcante e por sempre útil, acessível, prestativo e muito versátil,
Ora na cabeça ou aos pés, mas, muitas vezes no centro de uma arena;
É no entremear do cotidiano, quando vai construindo a sua glória.
Sabemos que no íntimo é plena satisfação quando à cabeça e coladinho face a face,
Em aconchego de corpos, a favorecer o conforto e o prazer em sigilosa folia,
Há em seu jeito certo querer ser, estar e permanecer algo confortável;
Massageando a têmpora e recolhendo a baba ou apoiando a nuca.
Quando em momentos serenos queda-se contemplativo como a dizer sussurrando,
Aproxima a amado e musa, porque o lema é seu convite ao usar que não abusa,
Até mesmo quando em batalha ousa não machucar, é suave, gentil e amável;
Nesse interminável afã é solo ou dueto afável que não se faz de rogado.
Bela essa estória assim recheada, é exótica porque alterna em ser sigilosa e notória,
Desfia-se a velar o sono, e em sua insônia embala os sonhos na guerra e na paz,
Tantos são os aspectos a envolver quase todos, a mim, a você e aos outros;
Quando oferece o ombro amigo, seja no chão, na rede ou na cama.
Seu silêncio eloquente é bom ouvinte no campo, na cidade ou em qualquer poltrona,
Permuta isonômica, fértil e útil na troca pródiga, e acessível ao rico e ao pobre,
Sua validade não se discute, na vinda da vida e também no leito de morte;
Assim, se mostra sempre útil como fermento do sábio, e adubo ao fútil.
Enfim, me cabe ir por aqui concluindo esse périplo na parceria, seja chorando ou sorrindo,
Enquanto o tempo conduz a condizente mensagem sempre a pernoitar em cada leito,
O romance de travesseiro agradou até ao Redentor, o mais sincero indo e vindo;
Ao queixar-se quando, o Filho do Homem, não tinha onde repousar a cabeça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário