Saudação

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sábado, 20 de dezembro de 2008

Antes que toque a trombeta

Por George W B Cavalcanti


O instinto animal tem lá sua lógica, até porque é – ao nosso juízo – fruto de uma lógica maior. Então, o que tem chamado a atenção ao longo da minha observação é que, em maioria nos encontramos – não obstante outros avanços – em um estágio primário de conhecimento da nossa integralidade enquanto agentes construtores de uma história atrelada à química orgânica que carregamos. Desconhecimento este que é igualmente identificado na conduta – o que é mais estranho –; tanto dentre os principais “manda-chuvas” na economia global o quanto é entre os mais humildes ‘servos da gleba’ que lutam para garantirem para si, ao menos, uma velhice com um mínimo de dignidade.

Ousamos dizer que essa importante parcela da humanidade - pelo forte traço de presunção ainda predominante - permanece desprovida de um mínimo de conhecimento sobre o quanto o nosso comportamento e trajetória existencial são condicionados pela química hormonal que, – qualitativa e quantitativamente – nos escorrem do nosso sistema glandular. E que, ao fluir pela malha venosa, adentrar a massa corpórea e inundar o nosso cérebro imprime ritmos e reflexos; mediante os impulsos elétricos e sinapses neuronais que proporcionam.

Segundo o grande Nelson Rodrigues, “de perto ninguém é normal” E, ele evidentemente se referia ao normal socialmente idealizado e hipocritamente exacerbado –; ao ponto de tantos se considerarem mais normais que os demais. Embora, a rigor e sem ser pejorativo, é sabido que nós humanos organicamente não somos mais que ambulantes usinas de queimar alimentos – e que, todos nós lindos ou não somos igualmente dotadas de sacos de hormônios e, de fezes.

Ora, reflitamos mais um tanto gente: o cosmos é um imenso painel pedagógico e educativo com suas lições imensamente estampadas sobre as nossas cabeças; nós é que somos maus alunos em não prestarmos atenção nos seus conteúdos e inestimáveis ilustrações. ‘Saquem’: todos os corpos celestes são esféricos ou estão em vias de o ser; ou seja, suas formas são determinadas pela ‘lei do retorno’.

Senão vejamos; analisemos a forma esférica e percebamos que: nela, partindo-se de um ponto qualquer da superfície e seguindo-se continuamente sobre a mesma, invariavelmente retorna-se ao ponto de partida; assim, início e fim são relativos e apenas o retorno – qualitativo e quantitativo – é absoluto, garantido e inevitável. Mas, a título e ilustração, suponhamos a este respeito mais um pouco.

Imagine-te gigante sobre a Terra e com os ombros à altura da baixa força gravitacional; então, pegue uma pedra ‘cá em baixo’ e, com teu ‘gigante braço’, lance-a à tua frente na órbita terrestre. Agora feche os olhos e imagine a cena enquanto visualiza a trajetória da pedra –; assustador não é? Sim, porque se entendes um pouco de astrofísica te será impossível manter os olhos fechados.

Abririas os olhos e saltarias de lado porque, ao circundar o globo, o petardo viria pela retaguarda, direto para a tua nuca ou imediações –; grande lição não é? E, creio que em teu perfeito senso jamais desejarias ser o tal gigante.

Espero que tenha tornado mais claro que, na direção na qual seguires ou lançares nela e/ou dela será/virá o retorno. Pois, quem de si e para si se serve e não vive para servir não serve para viver –; o ser para si é o ser para o próximo. Aprendamos e ensinemos assim, enquanto ainda há tempo.


União dos Palmares - AL, 13 de outubro de 2008.

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