Por George W B Cavalcanti
Acredito que avançaremos pouco na solução dos grandes males que afligem a sociedade brasileira enquanto não considerarmos essas questões em suas raizes antropológicas.
Abordagem esta que, a meu ver, logo de início suscita o seguinte fato: que somos basicamente síntese e resultado de três (3) povos extremamente díspares - em espaço e tempo - cultural e tecnologicamente: o branco europeu corrido, o amerindio invadido e o africano escravizado. Os quais, por uma imposição histórica, viram-se na contingência de amalgamar-se em uma nova nacionalidade; ou seja, em nós, brasileiros.
Para que essa extraordinária empreitada desse certo, em nossos primórdios usou-se e abusou-se de três (3) mazelas, a saber: excessiva tolerância, excessiva permissividade - e promiscuidade - e frouxidão com as leis; aspectos estes necessários e até imprescindíveis àquela situação.
No entanto, com o passar do tempo tornaram-se mazelas e que continuamos a cultivar; embora de há muito não nos sirvam senão para nossa vergonha e prejuízos nos mais variados aspectos da nossa conduta e da imagem nacional, aqui e alhures.
Estes são alguns dos nossos cacoetes comportamentais herdados e que estão na raiz do nosso famigerado 'jeitinho brasileiro'; gênese das distorções de conduta e descaminhos que infelicitam nossa gente e retardam o nosso desenvolvimento.
Temos agido até agora como eternos bombeiros da ética e da moral, correndo daqui para lá para apagar a uma interminável sucessão de incêndios em forma de escândalos. Mas quase nada fazemos ou consigamos fazer para evitarmos que aconteçam de maneira tão acintosa e alarmante. E, o que é pior; se avolumam em gênero, número e intensidade e, com (in) conseqüentes estragos cada vez maiores.
Entendo seja o caso de se perguntar – mas tenho a impressão que neste solo pátrio, ainda, não muitos se dão ao trabalho de se fazer - : por que sob avalanchas de más notícias não se consegue soluções verdadeiramente eficientes e eficazes e, portanto, efetivas - como alcançado em outros países?
Como sugestão para a resposta, coloco, à reflexão, a seguinte questão: no Brasil quem ganha mais dinheiro com o ilícito, com a contravenção e o crime, os bandidos ou os 'mocinhos '?
Caso, ainda, você não esteja seguro da resposta, te dou uma 'deixa': analise isto no âmbito macro-econômico e perceba quanta gente nesse ‘rolo’ todo está ganhando muita ‘grana’.
Sim, é isso mesmo; com cargos, funções e atividades afins como: noticiar, investigar, prender, acusar, defender, julgar, apenar, construir presídios, fornecer suporte prisional-carcerário - ‘quentinhas’ e colchões inclusos -, serviços funerários e, de soltar bandidos neste país; é muito dinheiro envolvido nesse estranho viés de 'geração de emprego e renda', não é mesmo?
Agora se pergunte: em que medida estamos interessados em soluções eficientes e eficazes e, portanto, efetivas a este respeito, por exemplo?
Pensou melhor? 'Caiu a ficha?'
Pois bem!... E então?...
É... Parece-me que consciêntização e tomada de atitude já são um bom começo.
União dos Palmares - AL, 15 de julho de 2008.
Acredito que avançaremos pouco na solução dos grandes males que afligem a sociedade brasileira enquanto não considerarmos essas questões em suas raizes antropológicas.
Abordagem esta que, a meu ver, logo de início suscita o seguinte fato: que somos basicamente síntese e resultado de três (3) povos extremamente díspares - em espaço e tempo - cultural e tecnologicamente: o branco europeu corrido, o amerindio invadido e o africano escravizado. Os quais, por uma imposição histórica, viram-se na contingência de amalgamar-se em uma nova nacionalidade; ou seja, em nós, brasileiros.
Para que essa extraordinária empreitada desse certo, em nossos primórdios usou-se e abusou-se de três (3) mazelas, a saber: excessiva tolerância, excessiva permissividade - e promiscuidade - e frouxidão com as leis; aspectos estes necessários e até imprescindíveis àquela situação.
No entanto, com o passar do tempo tornaram-se mazelas e que continuamos a cultivar; embora de há muito não nos sirvam senão para nossa vergonha e prejuízos nos mais variados aspectos da nossa conduta e da imagem nacional, aqui e alhures.
Estes são alguns dos nossos cacoetes comportamentais herdados e que estão na raiz do nosso famigerado 'jeitinho brasileiro'; gênese das distorções de conduta e descaminhos que infelicitam nossa gente e retardam o nosso desenvolvimento.
Temos agido até agora como eternos bombeiros da ética e da moral, correndo daqui para lá para apagar a uma interminável sucessão de incêndios em forma de escândalos. Mas quase nada fazemos ou consigamos fazer para evitarmos que aconteçam de maneira tão acintosa e alarmante. E, o que é pior; se avolumam em gênero, número e intensidade e, com (in) conseqüentes estragos cada vez maiores.
Entendo seja o caso de se perguntar – mas tenho a impressão que neste solo pátrio, ainda, não muitos se dão ao trabalho de se fazer - : por que sob avalanchas de más notícias não se consegue soluções verdadeiramente eficientes e eficazes e, portanto, efetivas - como alcançado em outros países?
Como sugestão para a resposta, coloco, à reflexão, a seguinte questão: no Brasil quem ganha mais dinheiro com o ilícito, com a contravenção e o crime, os bandidos ou os 'mocinhos '?
Caso, ainda, você não esteja seguro da resposta, te dou uma 'deixa': analise isto no âmbito macro-econômico e perceba quanta gente nesse ‘rolo’ todo está ganhando muita ‘grana’.
Sim, é isso mesmo; com cargos, funções e atividades afins como: noticiar, investigar, prender, acusar, defender, julgar, apenar, construir presídios, fornecer suporte prisional-carcerário - ‘quentinhas’ e colchões inclusos -, serviços funerários e, de soltar bandidos neste país; é muito dinheiro envolvido nesse estranho viés de 'geração de emprego e renda', não é mesmo?
Agora se pergunte: em que medida estamos interessados em soluções eficientes e eficazes e, portanto, efetivas a este respeito, por exemplo?
Pensou melhor? 'Caiu a ficha?'
Pois bem!... E então?...
É... Parece-me que consciêntização e tomada de atitude já são um bom começo.
União dos Palmares - AL, 15 de julho de 2008.
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