Por George W B Cavalcanti
Guardadas as devidas diferenças, o registro cultural e folclórico que relato a seguir é comparável – embora que em muito menor proporção – ao já globalmente conhecido “Sírio de Nazaré” que acontece anualmente na cidade de Belém do Pará -; só para se ter uma idéia aproximada.
Agora imagine a cena interiorana, na qual vem em nossa direção algo comparável a uma espécie de ‘pororoca’ humana resultante da afluência da fé e da religiosidade. Evento este que, a cada terceiro domingo de janeiro – na cidade de União dos Palmares, no estado de Alagoas –, tradicionalmente adentra as artérias locais e celeremente corre no leito de suas ruas e que, leva de roldão um turbilhão de emoções.
De longe se pode ouvir a sua aproximação porque o bramido ensurdecedor que emite é um misto de crendice popular, superstição e fervor religioso extremado -; expressos pela batida de pés apressados, grande vozerio e intenso foguetório. E, devoção é a palavra-chave do impactante acontecimento que remonta ao ano de 1.839 (mil oitocentos e trinta e nove) e que, a cada ano, precede aos doze dias de festejos à ‘padroeira da cidade’ -; na tradição católica romana localmente predominante.
Continuando a retroceder no tempo e a buscar as suas raízes encontramos que, em seus primórdios, a ausência de tecnologias de comunicação mais eficaz impunha aos paroquianos embrenharem-se nas matas do entorno em busca de uma árvore ‘linheira’ -; ou seja, retilínea a alta no jargão típico. E, que, em festa, erigissem o madeiro fixado ao solo em frente à igreja Matriz -; para que desfraldasse a efígie da santa como aviso de que ali estava se realizando a novena e a festa a ela consagradas.
Ainda hoje milhares de pessoas à cidade acorrem e compõem esta procissão festiva que – dispensando quaisquer sofisticações tecnológicas – mantém intacto o exótico ritual de fé desta tradição centenária. Na qual, corpos suados, braços e mãos sequiosas de fiéis devotos conduzem e soerguem o ‘mastro’-; garantindo assim a perspectiva da sua continuidade e o seu registro nas páginas históricas do nosso folclore maior.
União dos Palmares - AL, 20 de novembro de 2008.
Guardadas as devidas diferenças, o registro cultural e folclórico que relato a seguir é comparável – embora que em muito menor proporção – ao já globalmente conhecido “Sírio de Nazaré” que acontece anualmente na cidade de Belém do Pará -; só para se ter uma idéia aproximada.
Agora imagine a cena interiorana, na qual vem em nossa direção algo comparável a uma espécie de ‘pororoca’ humana resultante da afluência da fé e da religiosidade. Evento este que, a cada terceiro domingo de janeiro – na cidade de União dos Palmares, no estado de Alagoas –, tradicionalmente adentra as artérias locais e celeremente corre no leito de suas ruas e que, leva de roldão um turbilhão de emoções.
De longe se pode ouvir a sua aproximação porque o bramido ensurdecedor que emite é um misto de crendice popular, superstição e fervor religioso extremado -; expressos pela batida de pés apressados, grande vozerio e intenso foguetório. E, devoção é a palavra-chave do impactante acontecimento que remonta ao ano de 1.839 (mil oitocentos e trinta e nove) e que, a cada ano, precede aos doze dias de festejos à ‘padroeira da cidade’ -; na tradição católica romana localmente predominante.
Continuando a retroceder no tempo e a buscar as suas raízes encontramos que, em seus primórdios, a ausência de tecnologias de comunicação mais eficaz impunha aos paroquianos embrenharem-se nas matas do entorno em busca de uma árvore ‘linheira’ -; ou seja, retilínea a alta no jargão típico. E, que, em festa, erigissem o madeiro fixado ao solo em frente à igreja Matriz -; para que desfraldasse a efígie da santa como aviso de que ali estava se realizando a novena e a festa a ela consagradas.
Ainda hoje milhares de pessoas à cidade acorrem e compõem esta procissão festiva que – dispensando quaisquer sofisticações tecnológicas – mantém intacto o exótico ritual de fé desta tradição centenária. Na qual, corpos suados, braços e mãos sequiosas de fiéis devotos conduzem e soerguem o ‘mastro’-; garantindo assim a perspectiva da sua continuidade e o seu registro nas páginas históricas do nosso folclore maior.
União dos Palmares - AL, 20 de novembro de 2008.
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