Por George W B Cavalcanti
Parece-me desesperadoramente premente que este nosso país renuncie a uma espécie de contracultura encruada e renitente que, ao invés de ser debelada alastra-se cinicamente. Ampliada que é pela acessibilidade cada vez maior aos recursos tecnológicos e à mídia desregrada e vulgar; essa que age como arauto-mor da falta de ética e da desconexão com a moral e com as leis.
Urge-nos revisitar os valores individuais e coletivos e fazermos um exame de consciência; batermos em nosso próprio peito e dizermos: “mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa”. Porque o que se torna evidente – para escândalo “intramuros” e escárnio “extramuros” – é que, face ao crescimento do país, agiganta-se a nossa imagem de uma nação que não cumpre o que determina para si mesma. Dissemina-se assim – para desespero do cidadão ético –, a imagem de um povo corrupto e não-confiável.
Porque a despeito de todo o aporte econômico e do desenvolvimento científico por aqui existente, insiste-se na coletivização do não-valor e dos vícios, da “esperteza à moda da casa”. São os endêmicos ganhos a qualquer custo, á base da antiga e mumifica “lei de Gerson”, ou seja: “o negócio é levar vantagem em tudo, certo?” –, e, isto é um ‘rondó’ de erros continuados. É um desejo compulsivo e imbecilizante pela orgia pecuniária. Uma espécie de embriaguez que nos causa uma inépcia civilizacional notoriamente acaçapante.
Então o cidadão trabalhador honesto e contribuinte é quem agüenta a “ressaca”, decorrente do nosso cenário político, com seu desfile interminável de governantes e autoridades que vivem a “babar no colarinho” por dinheiro e, com um gosto todo especial senão pelo ilegal, pelo ilícito. Mas, em tempo, não esqueçamos a máxima axiomática: “O político é o povo”; e o mau político é a nossa ‘cachaça’ de terríveis ressacas e característico mau cheiro.
Convenhamos, somos infelizmente e ainda um povo de caminhar trôpego no cenário da vida e, como bêbado, a tropeçar em seu próprio vômito. Concluindo ocorre-me lembrar-me inevitavelmente da cantoria de um “forró” por aqui executado à exaustão – desses atualmente feitos sob encomenda para o “gosto popular” – e, cujo refrão exalta a seguinte façanha: “beber, cair e levantar”... Pode até se levantar, mas o mau cheiro e a má fama já irão longe...
Prudentemente criou-se a ‘Lei Seca’ – de inquestionáveis positivos resultados – mas, parece-me urgente também a criação de uma outra; seria uma ‘Lei-Engov’. Quem sabe esta venha também acompanhada do crivo de respectiva maquineta - um 'corruptômetro', sugiro - específica para flagrar políticos infratores e aplicação de pertinentes pesadas multas, significativas perdas de 'pontos' e, até, sumária cassação da manjada 'habilitação' para dirigir o nosso destino.
Enfim, com um pouco de imaginação podemos antever uma drástica redução nos índices de acidentes políticos, de mutilação da dignidade e de mortalidade da cidadania em nosso país.
União dos Palmares - AL, 18 de julho de 2008.
Parece-me desesperadoramente premente que este nosso país renuncie a uma espécie de contracultura encruada e renitente que, ao invés de ser debelada alastra-se cinicamente. Ampliada que é pela acessibilidade cada vez maior aos recursos tecnológicos e à mídia desregrada e vulgar; essa que age como arauto-mor da falta de ética e da desconexão com a moral e com as leis.
Urge-nos revisitar os valores individuais e coletivos e fazermos um exame de consciência; batermos em nosso próprio peito e dizermos: “mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa”. Porque o que se torna evidente – para escândalo “intramuros” e escárnio “extramuros” – é que, face ao crescimento do país, agiganta-se a nossa imagem de uma nação que não cumpre o que determina para si mesma. Dissemina-se assim – para desespero do cidadão ético –, a imagem de um povo corrupto e não-confiável.
Porque a despeito de todo o aporte econômico e do desenvolvimento científico por aqui existente, insiste-se na coletivização do não-valor e dos vícios, da “esperteza à moda da casa”. São os endêmicos ganhos a qualquer custo, á base da antiga e mumifica “lei de Gerson”, ou seja: “o negócio é levar vantagem em tudo, certo?” –, e, isto é um ‘rondó’ de erros continuados. É um desejo compulsivo e imbecilizante pela orgia pecuniária. Uma espécie de embriaguez que nos causa uma inépcia civilizacional notoriamente acaçapante.
Então o cidadão trabalhador honesto e contribuinte é quem agüenta a “ressaca”, decorrente do nosso cenário político, com seu desfile interminável de governantes e autoridades que vivem a “babar no colarinho” por dinheiro e, com um gosto todo especial senão pelo ilegal, pelo ilícito. Mas, em tempo, não esqueçamos a máxima axiomática: “O político é o povo”; e o mau político é a nossa ‘cachaça’ de terríveis ressacas e característico mau cheiro.
Convenhamos, somos infelizmente e ainda um povo de caminhar trôpego no cenário da vida e, como bêbado, a tropeçar em seu próprio vômito. Concluindo ocorre-me lembrar-me inevitavelmente da cantoria de um “forró” por aqui executado à exaustão – desses atualmente feitos sob encomenda para o “gosto popular” – e, cujo refrão exalta a seguinte façanha: “beber, cair e levantar”... Pode até se levantar, mas o mau cheiro e a má fama já irão longe...
Prudentemente criou-se a ‘Lei Seca’ – de inquestionáveis positivos resultados – mas, parece-me urgente também a criação de uma outra; seria uma ‘Lei-Engov’. Quem sabe esta venha também acompanhada do crivo de respectiva maquineta - um 'corruptômetro', sugiro - específica para flagrar políticos infratores e aplicação de pertinentes pesadas multas, significativas perdas de 'pontos' e, até, sumária cassação da manjada 'habilitação' para dirigir o nosso destino.
Enfim, com um pouco de imaginação podemos antever uma drástica redução nos índices de acidentes políticos, de mutilação da dignidade e de mortalidade da cidadania em nosso país.
União dos Palmares - AL, 18 de julho de 2008.
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