Por George W B Cavalcanti
Outro dia eu escutava a uma rádio daquelas que tocam falácias e notícias quando, o locutor de plantão – e, provavelmente de meia idade também – em um tom euforicamente comprometedor noticiou: “Lançado o Viagra brasileiro e já tem nome: Eleva!” Com todo o respeito que tenho pela andrologia arriscaria dizer que: foi daquelas notícias científicas merecedoras de que ponhamos “os dentes no quarador” num reflexo condicionado maroto e incontrolável.
Mas, como o tal locutor subitamente mudou de assunto, eu não pude evitar a seqüencia de pensamentos que me ‘voaram’ na cabeça, mesmo que eu lutasse bravamente para que, nela, não fizessem ninho. Houve uma hilária revoada deles em minha a mente; iguais a laranjas que fogem de saco rompido em meio à feira-livre: não dá prá segurar o conteúdo que se esparrama inevitavelmente. Catei daqui e dacolá aquelas esvoaçantes ilações, numa desesperada e vã tentativa de lograr um respeitoso recolhimento.
Porém, por uns intermináveis minutos, os irreverentes ícones configuraram uma burlesca metáfora. e o pomposo comunicado se transformou no seguinte: “O Eleva será a versão nacional de um conhecido comprimido azul para disfunção erétil masculina a ser lançado no mercado pela indústria farmacêutica nacional nos próximos dias e, ao que tudo indica o produto já sinaliza no sentido de superar na bolsa o etanol e biodiesel juntos em termos de economia de divisas para o país. Existiriam inclusive rumores de ameaça de guerra fiscal entre estados da federação por implantação de fábricas. Fontes confiáveis informam que os laboratórios farmacêuticos estaduais se apressam em registrar de similares com muito bairrismo e marcas culturais típicas. E, em primeira mão, informamos nossos ouvintes de alguns nomes de fantasia apurados por nossa produção para elevatório comprimido regionalizado e sendo, respectivamente: o amazonense ‘Guaranagra’, o paraense ‘Viaçagra’, o cearense ‘Artezanagra’, o pernambucano ‘Freviagra’, o alagoano 'Sururagra', o baiano ‘Vatapagra’; o paulista, ‘Ipiragra’; o mineiro, ‘Tutuagra’; o carioca, ‘Feijoagra’ e, o gaúcho, ‘Chimarragra’. Enfim, todas as torcidas serão atendidas!”...
Bem, o meu azulado desvario já estava de ‘bom tamanho’ mas, me pareceu ainda escutar: “comenta-se ainda que o planalto, numa espertíssima manobra política, cogita marcar um tento federal com a criação da ERETOBRAS. Um portentoso órgão estatal, com elevados investimentos e que, se dedicará à produção em larga escala de um genérico para um novo programa denominado – nome ainda provisório – de 'Bolsa Varonil', com o lema: nunca tantos ficaram "a mil" - e, é tida como certa a elevação na popularidade do governo".
Àquelas alturas os meus pensamentos moleques já totalmente indultados formaram um ‘bonde chamado desejo’, fizeram um ‘arrastão’ geral na ‘minha praia’ e fugiram em desabalada carreira levando o que restava do meu pudico sorriso. Confesso que dei uma gostosa – mentalmente, prá não me comprometer... – gargalhada; mas, o negócio é sério!...
União dos Palmares - AL, 09 de julho de 2008.
Outro dia eu escutava a uma rádio daquelas que tocam falácias e notícias quando, o locutor de plantão – e, provavelmente de meia idade também – em um tom euforicamente comprometedor noticiou: “Lançado o Viagra brasileiro e já tem nome: Eleva!” Com todo o respeito que tenho pela andrologia arriscaria dizer que: foi daquelas notícias científicas merecedoras de que ponhamos “os dentes no quarador” num reflexo condicionado maroto e incontrolável.
Mas, como o tal locutor subitamente mudou de assunto, eu não pude evitar a seqüencia de pensamentos que me ‘voaram’ na cabeça, mesmo que eu lutasse bravamente para que, nela, não fizessem ninho. Houve uma hilária revoada deles em minha a mente; iguais a laranjas que fogem de saco rompido em meio à feira-livre: não dá prá segurar o conteúdo que se esparrama inevitavelmente. Catei daqui e dacolá aquelas esvoaçantes ilações, numa desesperada e vã tentativa de lograr um respeitoso recolhimento.
Porém, por uns intermináveis minutos, os irreverentes ícones configuraram uma burlesca metáfora. e o pomposo comunicado se transformou no seguinte: “O Eleva será a versão nacional de um conhecido comprimido azul para disfunção erétil masculina a ser lançado no mercado pela indústria farmacêutica nacional nos próximos dias e, ao que tudo indica o produto já sinaliza no sentido de superar na bolsa o etanol e biodiesel juntos em termos de economia de divisas para o país. Existiriam inclusive rumores de ameaça de guerra fiscal entre estados da federação por implantação de fábricas. Fontes confiáveis informam que os laboratórios farmacêuticos estaduais se apressam em registrar de similares com muito bairrismo e marcas culturais típicas. E, em primeira mão, informamos nossos ouvintes de alguns nomes de fantasia apurados por nossa produção para elevatório comprimido regionalizado e sendo, respectivamente: o amazonense ‘Guaranagra’, o paraense ‘Viaçagra’, o cearense ‘Artezanagra’, o pernambucano ‘Freviagra’, o alagoano 'Sururagra', o baiano ‘Vatapagra’; o paulista, ‘Ipiragra’; o mineiro, ‘Tutuagra’; o carioca, ‘Feijoagra’ e, o gaúcho, ‘Chimarragra’. Enfim, todas as torcidas serão atendidas!”...
Bem, o meu azulado desvario já estava de ‘bom tamanho’ mas, me pareceu ainda escutar: “comenta-se ainda que o planalto, numa espertíssima manobra política, cogita marcar um tento federal com a criação da ERETOBRAS. Um portentoso órgão estatal, com elevados investimentos e que, se dedicará à produção em larga escala de um genérico para um novo programa denominado – nome ainda provisório – de 'Bolsa Varonil', com o lema: nunca tantos ficaram "a mil" - e, é tida como certa a elevação na popularidade do governo".
Àquelas alturas os meus pensamentos moleques já totalmente indultados formaram um ‘bonde chamado desejo’, fizeram um ‘arrastão’ geral na ‘minha praia’ e fugiram em desabalada carreira levando o que restava do meu pudico sorriso. Confesso que dei uma gostosa – mentalmente, prá não me comprometer... – gargalhada; mas, o negócio é sério!...
União dos Palmares - AL, 09 de julho de 2008.
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